Obtenção de óleo de abacate por diferentes processos: avaliação da qualidade, perfil de biocompostos e incorporação em fibras ultrafinas de zeína
Resumen
O abacate (Persea americana Mill), pertencente à família Lauraceae é uma frutífera
subtropical que possui grande importância econômica devido a qualidade nutritiva
dos seus frutos e do óleo extraído da polpa, o qual possui grande similaridade de
composição de ácidos graxos com o azeite de oliva. Assim, o objetivo desse trabalho
foi obter óleo da polpa de abacate da variedade Breda através de diferentes
processos caracterizar e utilizar o óleo para a inclusão em fibras ultrafinas de zeína
por meio da técnica de electrospinning. Para realizar a extração dos óleos de
abacate, a polpa foi submetida tanto à secagem em estufa sob ventilação (40 ºC e
60 ºC) quanto em estufa a vácuo (60 ºC) e a extração foi realizada por prensagem
mecânica ou por Sohxlet utilizando éter de petróleo como solvente. Os abacates da
variedade Breda são frutos de porte grande contendo cerca de 72% de polpa em
relação ao peso total do fruto, destacando-se pelo expressivo conteúdo de umidade,
proteínas e alta atividade antioxidante. Em relação ao teor de óleo obtido em função
dos diferentes processos, ficou na faixa entre 25 a 43% com a prensagem mecânica
e, entre 43 a 55% com a extração por solvente. Após a avaliação dos índices de
qualidade, de compostos bioativos e do perfil de ácidos graxos, constatou-se, que o
teor de compostos bioativos foi superior quando a polpa de abacate foi seca a 60 °C
(estufa sob ventilação ou vácuo) e utilizado prensagem mecânica para a extração do
óleo. Com intuito de desenvolver fibras ultrafinas de zeína pela técnica de
electrospinning, o óleo de abacate que apresentou o maior teor de compostos
bioativos, dentre os quais, carotenoides, foi incorporado nas concentrações de 15 e
30% (p/p) nas soluções poliméricas de zeína a 20, 25 e 30% (p/v). Análises das
soluções poliméricas indicaram um aumento na viscosidade aparente com o
aumento da concentração de zeína, mas o mesmo não ocorreu com a condutividade
elétrica. Em meio as diferentes concentrações de zeína utilizadas e de óleo de
abacate incorporado nas fibras, observou-se eficiência de encapsulação superior a
77% para a maioria das fibras, tendo as concentrações de 30% de zeína
independente do teor de óleo utilizado, apresentado a concentração ideal para a
formação de fibras ultrafinas contínuas, sem a ocorrência de fragmentação e
formação de beads e com superfícies lisas e distribuição de diâmetro variando entre
357 a 971 nm. Pela técnica de espectroscopia no infravermelho com Transformada
de Fourier foi evidenciada a encapsulação do óleo nas fibras de zeína. E a de
Difratometria de raio-X demonstrou a estrutura amorfa das fibras. Em relação a
liberação dos carotenoides, observou-se que em pHs próximos a neutralidade (6 e
8), temperaturas de 60 e 90 ºC e agitações de 18 rpm por até 1 min, reduziram a
liberação dos carotenoides da fibra composta de 30% de zeína e 30% de óleo. Essa
mesma fibra apresentou perfil próximo ao ideal de liberação dos carotenoides em
condições gastrointentinais simuladas.
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