Influência da “ponte verde” na atividade enzimática e eficiência de controle em populações de Spodoptera frugiperda
Resumen
A lagarta do cartucho do milho, Spodoptera frugiperda é uma espécie polífaga que
pode se alimentar de mais de 80 espécies de plantas, incluindo culturas de
importância econômica e social, como o milho, algodão e arroz. Apesar de ser uma
praga amplamente estudada, é de difícil controle, o que se deve principalmente à
complexidade genética da espécie. S. frugiperda possui biótipos, com elevado poder
de dispersão e alto poder adaptativo a diversos hospedeiros em estádios fenológicos
variados, o que favorece o movimento e sobrevivência dessa praga durante todo o
ano, causando o efeito de “ponte verde”. Portanto, é importante selecionar
racionalmente plantas hospedeiras adequadas que possam minimizar o efeito da
“ponte verde” em resposta à variabilidade genética da espécie. Entender esses
caracteres bioecológicos como uma unidade, pode ajudar a prever diferentes
respostas fisiológicas e comportamentais do inseto que podem favorecer os
programas de MIP, especialmente no que diz respeito à indução / inibição de
enzimas de detoxicação, que é um dos principais mecanismos de metabolização de
xenobióticos, também envolvido na detoxificação de inseticidas. Diante do exposto, a
fim de investigar estratégias de manejo proativo, este estudo teve como objetivo
avaliar i) a atividade de enzimas de desintoxicação e ii) a suscetibilidade a
inseticidas químicos de populações de S. frugiperda de diferentes agroecossistemas
em cultivos de verão e inverno simulando o efeito de “ponte verde”. Para a avaliação
da eficiência de inseticidas a mortalidade em cada tratamento foi corrigida em
relação a testemunha pela fórmula de Abbot (1925), o efeito sinérgico com
inseticidas foi avaliado utilizando-se os inibidores DEF e DEM. A atividade de ambas
enzimas foi significativamente maior na população Pelotas, do que na população
Cascavel. A eficiência dos inseticidas na população Pelotas, foi constante sob o
efeito da “ponte verde” testada, no entanto, a população Cascavel aumentou
significativamente a eficiência de controle após passar pelo cultivo de inverno
(aveia). O uso de sinérgicos não foi efetivo na população Cascavel, mas foi na
população Pelotas. As diferenças encontradas podem ser decorrentes do custo
adaptativo, do desenvolvimento da resistência em relação ao alimento e aos
inseticidas, da intensidade da pressão de seleção e até mesmo do biótipo, portanto o
efeito da “ponte verde”, surge como um somatório de variáveis bióticas e abióticas
em que a população está inserida.
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