Cidade e crianças: direito ao devir urbano.
Abstract
A intersecção entre cidade e crianças sugere um olhar a partir de outra altura dos olhos. Por isso, escolheu-se trabalhar com crianças de até 12 anos e com o conceito de devir-criança, que auxilia na discussão do direito à cidade como poder coletivo deformador do processo urbanizador. Essa escolha objetiva reelaborar espacialmente a cidade com a gestualidade dos corpos que produzem diferenciação. A condição inventariante como proposta contemporânea à experiência da cidade instala questões acerca da infância, da mobilidade e da acessibilidade dos grupos minoritários, do zoneamento como reiteração do controle e do efeito dos bandos de crianças quando saltam da escola ao cotidiano. Henri Lefebvre, Aldo van Eyck e Hélio Oiticica compõem o ponto de partida do itinerário teórico, que segue com os filósofos Giorgio Agamben, Gilles Deleuze e Félix Guattari, que estabelecem funções e operações a partir da perspectiva da filosofia francesa contemporânea. Também são feitos outros agenciamentos teóricos com a participação das crianças nos espaços públicos. Como procedimento adotado através do método da cartografia, o movimento operatório de criação dos Dispositivos I, II e III deu à análise da experiência composta condições de acirramento da proposta hegemônica inicial a partir de variantes urbanas que são desestabilizadas e ressaltadas na possibilidade de criançar a cidade. Com as legislações morfológicas e o determinismo da perambulação da vida pública, a pesquisa se justifica na necessidade de enfrentamento e ampliação da abordagem de tais variações, podendo constatar limites e estratégias atrelados ao discurso e a apropriação da experiência na escala da multiplicidade como direito ao devir urbano.
Collections
The following license files are associated with this item: