Educação, arte e engenharia: processos colaborativos.

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Data
2019-04-26Autor
Tavares, Reginaldo da Nóbrega
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Esta tese analisa as atividades colaborativas realizadas por um grupo de
professores e estudantes das artes visuais e da engenharia eletrônica que juntos
desenvolvem projetos que se afirmam além dos limites de suas áreas de formação.
O contexto da pesquisa é o Ateliê que ocupa a sala 103 do Centro de Artes da
Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e o período analisado compreende as
atividades desenvolvidas entre 2012 e 2018. A investigação sobre este espaço
multidisciplinar busca analisar as atividades e projetos que o grupo propõem e
coloca em movimento com práticas colaborativas. O problema de pesquisa é
questionar de que modo estas atividades colaborativas desenvolvidas coletivamente
poderiam contribuir com novas aprendizagens e experiências na formação dos
participantes do grupo. Parte-se da hipótese que este espaço pode ser considerado
“heterotópico”, conceito de Michel Foucault, e “mestiço”, conceito proposto por Icléia
Borsa Cattani, ao tratar das relações interdisciplinares, sem limites definidos, com
inúmeras combinações possíveis. Como procedimentos metodológicos foram
adotados: a observação, a escuta, a conversa, a análise de registros fotográficos do
acervo do grupo, as anotações realizadas durante os momentos de interação entre
os participantes, o estudo de uma parte da produção intelectual do grupo, dos
materiais bibliográficos e artefatos artísticos e tecnológicos produzidos pelo grupo
durante o período abordado. A escolha pela escrita cartográfica toma o conceito de
"intercessores" de Gilles Deleuze para comentar encontros, cruzamentos, relações e
agenciamentos advindos destes compostos e destas composições em grupo. As
análises das atividades colaborativas apontam para a “escuta sensível”, o “olhar
atento”, conceito de Josep Esquirol, a conversa honesta e os estudos de Michel
Foucault sobre “parresía”. A convivência neste espaço pode favorecer a autoestima
e a motivação dos estudantes, ingredientes necessários para os processos de
formação, bem como para as experiências significativas que podem advir daí. A
ideia de um processo que se realiza através do ato de “caminhar” não só no sentido
literal, mas igualmente no sentido metafórico, nos conduz a este desequilíbrio
necessário para “sair do lugar”. Assim, a tira de Möebius que também é fonte ao
trabalho “Caminhando” de Lygia Clark serve de inspiração e de fio condutor para o
que aqui se apresenta.
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