Docências negras no ensino superior: o caso da Universidade Federal de Pelotas.
Abstract
A presente dissertação se insere na linha de pesquisa “Epistemologias Descoloniais,
Educação Transgressora e Práticas de Transformação” do Programa de Pós-
Graduação em Educação da Universidade Federal de Pelotas (PPGE/UFPel). Tratase
de uma investigação que intenciona estudar de quais modos os/as docentes
negros/as da UFPel experienciam a docência no Ensino Superior, a partir dos
marcadores de raça e gênero. Neste sentido, a UFPel é compreendida como um
espaço potencializador de sentidos para pensar a problemática de pesquisa,
constituindo-se como unidade para um Estudo de Caso. Operou-se,
metodologicamente, a partir de uma análise qualitativa dos dados, principalmente,
com entrevistas individuais semi-estruturadas com docentes negros/as, analisando o
corpus textual decorrente delas, desde uma perspectiva hermenêutica. Na análise,
foram elencadas três unidades de significação, construídas a partir dos relatos
dos/as docentes acerca dos modos como vivenciam a docência: a primeira
denominada “isolamento e solidão”; a segunda, “representatividade e negritude”; e a
terceira, “racismo cotidiano e violência simbólica”. A experiência de ser um/a docente
negro/a no Ensino Superior é marcada pelos recortes de raça e gênero, os quais,
durante a trajetória acadêmico-profissional dos/as docentes entrevistados/as,
impacta-os a partir das experiências de racismo e sexismo que vivenciaram e
vivenciam em seus percursos. Essa experiência diz respeito também a uma busca
pela construção e reconstrução de si mesmo, no espaço da universidade e em
tantos outros, onde os/as docentes frequentemente realizam enfrentamentos ao não
se enquadrarem nos estereótipos sociais de subalternidade e sujeição ao qual os/as
negros/as foram designados/as a partir dos ideários de um modelo colonial e
escravagista que foi vigente no Brasil por mais de três séculos.
Collections
The following license files are associated with this item: