Fisiologia da produção de tomateiro enxertado em cultivo sem solo
Resumo
A enxertia em hortaliças tem crescido consideravelmente e tem sido uma alternativa
de manejo para superação de condições adversas de cultivo no solo, indo além de
apenas conferir resistência a patógenos de solo, pois também é utilizada para
superação de estresses abióticos. Neste sentido, a enxertia pode ser uma aliada no
cultivo sem solo, pois, segundo experiências de produtores, a técnica, além de
assegurar maior vigor, pode conferir as plantas enxertadas maior capacidade de
absorção de água e de nutrientes minerais, e aumentar a longevidade das plantas.
Consequentemente, as plantas enxertadas podem ser conduzidas com duas hastes
mantendo os mesmos ou melhores resultados produtivos que plantas não enxertadas
de haste única por unidade de área. Esta tese busca sanar alguns questionamentos
sobre o comportamento de plantas enxertadas de tomateiro em sistemas de cultivo
sem solo, visto que, os estudos são praticamente inexistentes, não havendo
evidências científicas suficientes que comprovem sua superioridade produtiva. Além
disso não foram encontrados trabalhos que avaliem aspectos fisiológicos das plantas
enxertadas frente a plantas não enxertadas. Dessa forma, este trabalho tem por
objetivo aferir o efeito da enxertia e do número de hastes sobre o crescimento,
aspectos fisiológicos, e absorção de nutrientes minerais de plantas de tomateiro,
assim como avaliar a produtividade e a qualidade dos frutos em sistemas de cultivo
sem solo sob condições adequadas de temperatura e luminosidade e sob restrição.
Os trabalhos foram conduzidos em sistema de cultivo em substrato de casca de arroz
in natura, carbonizada e aeroponia. As variáveis analisadas foram quanto ao
crescimento das plantas (número de folhas, índice de área foliar, comprimento do
caule, massa seca de parte aérea, massa seca de raiz e massa seca total), quanto
aos aspectos fisiológicos (taxa fotossintética, condutância estomática, transpiração,
concentração intercelular de CO2, e absorção de nutrientes), e quanto a produção
(número, massa média de frutos, produção, produtividade, concentração de sólidos
solúveis e dimensões dos frutos). De maneira geral, as plantas enxertadas
apresentam maior crescimento vegetativo e radicular do que as plantas não
enxertadas, independentemente da cultivar empregada e da safra de cultivo. A
enxertia pode apresentar resultados produtivos positivos, indiferentes e negativos em
função das cultivares utilizadas e da interação entre enxerto e porta-enxerto, do
manejo empregado, da época do ano e duração dos ciclos de cultivo, sendo que na
maioria dos experimentos, as plantas enxertadas apresentaram maior produção e
massa média de frutos frente às plantas não enxertadas. A qualidade dos frutos,
expressa em ºBrix não foi afetada pela enxertia. Plantas conduzidas em haste única
são mais produtivas. O fator enxertia não afetou as variáveis fisiológicas. Enquanto a
forma de condução em haste única apresentou maior condutância estomática do que
as conduzidas com duas hastes. Assim como estas plantas também apresentam 7
maior crescimento vegetativo e produção de frutos, além de absorverem mais
nutrientes que as plantas conduzidas com duas hastes que apenas se destacam por
apresentar sistema radicular mais desenvolvido.
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