Modelagem de distribuição da mosca-das-cucurbitáceas sul-americana Anastrepha grandis (Diptera: Tephritidae): projeções para novos territórios e cenários futuros
Resumen
A mosca-da-abóbora, Anastrepha grandis (Macquart, 1846) (Diptera: Tephritidae) é a
mais importante mosca que infesta cucurbitáceas na América do Sul. Compreender
as áreas de distribuição potencial da espécie pode ajudar em estratégias de
monitoramento e controle em regiões onde a mosca encontraria condições de
adequabilidade ambiental para o seu estabelecimento. A modelagem de distribuição
de espécie possibilita prever onde e em quais condições uma espécie pode ocorrer.
Entender como a distribuição geográfica da espécie pode ocorrer em diferentes
cenários permite maior poder de previsibilidade em estratégias de controle nas
diferentes regiões e em diferentes cenários climáticos, como o que pode ocorrer se
mudanças no clima previstos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas se confirmarem. O objetivo desse trabalho foi modelar as distribuições
potenciais da mosca em dois tipos de abordagens, uma em relação as áreas onde a
mosca ainda não ocorre fora da América do Sul, e outra com foco em distribuição
preditiva nos cenários de mudança climática. Os resultados sugerem que a mosca
pode se estabelecer em várias áreas de alta e média adequabilidade em todos os
continentes, principalmente em regiões como o centro da África, sudeste asiático e
Austrália. Mas também encontra atualmente condições adequadas em áreas no sul
dos Estados Unidos e na Península Ibérica no hemisfério norte. Se forem
consideradas as áreas de baixa adequabilidade o número de localidades que podem
ser invadidas aumentaria. Em cenários de mudanças climáticas, a mosca tem sua
distribuição favorecida em geral pelas mudanças em todos os cenários e embora
possa perder algumas faixas de território hoje potenciais, ainda manterá áreas
estáveis de distribuição com ganho maior nas novas áreas disponíveis principalmente
nas regiões já favoráveis no presente e regiões em direção aos polos. Nesse sentido
conclui-se que A. grandis tem condições de dispersar e colonizar novos ambientes
fora de sua faixa nativa, inclusive em regiões onde é considerada quarentenária, e a
exemplo de outros tefritídeos será beneficiada com mudanças climáticas que
aumentarão a área adequada para seu estabelecimento.
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