O imaginário e os “meios-caminhos” na educação de professores leitores: o lido e o contado formando formadores.
Resumen
Este trabalho está ancorado nas bases metodológicas da pesquisa qualitativa,
mesclando abordagens do tipo de estudo de caso com histórias de vida,
fundamentada nos estudos do imaginário. Tem, como objetivo principal, responder à
pergunta: “É possível relacionar as referências de infância de professores em
formação acerca de suas experiências com os livros, buscando pontos de contato
em seu saber fazer pedagógico?” Com isso, a centralidade da busca no campo
empírico volta-se ao resgate das referências infantis de dez professoras (nove
mulheres e um homem) que realizam sua formação no Programa Especial de
Formação de Professores em Serviço, da Faculdade de Educação da UFPel, lotado
na cidade de Canguçu, RS, BR. O trabalho empírico ocorreu entre os meses de
maio e novembro de 2006. Sendo assim, o foco direcionou-se a essas referências
infantis em relação às vivências dessas educadoras com os livros, cuja apreensão
dos dados ocorreu, fundamentalmente, através de narrativas, tanto nos que se
refere às interações com os livros, quanto aos possíveis pontos de contato de tais
influências na atividade pedagógica dessas professoras. Para tanto, organizei uma
oficina sob o título “Era uma vez – Histórias e imagens no fazer-se professor”. E a
pesquisa utilizou os seguintes instrumentos: diário de campo, coleta de narrativas
orais e escritas, bem como a elaboração de um livro pessoal que funcionou como
projeto de si auto-orientado. Através de tais instrumentos foi possível resgatar as
referências das formadoras em formação a partir de dois pares de núcleos de
sentido, os quais estabeleceram os pontos de contato dos repertórios pessoais com
o saber-fazer pedagógico. São eles o lido e o contado (que emergiram do campo
empírico, fundamentados nos livros lidos ou nas histórias contadas pelos antigos), o
projeto-busca e o projeto-obra, que, baseados nas teorias de Marie-Christine
Josso, permitiram que se evidenciasse a tomada de consciência dos sujeitos a partir
de referências que nem sempre estavam “frescas” na memória. A partir de tais
referências e matriciamentos, busquei os pontos de contato no sentido de tecer
relações com a prática pedagógica de cada um dos sujeitos, respeitando as
subjetividades, os imaginários, os tempos e as escolhas que surgiram nesse
processo de (auto)formação.
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