Dos bosques encantados para o mundo contemporâneo: a permanência dos contos de fadas entre os jovens leitores.

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Data
2018-12-17Autor
Rosa Junior, Paulo Ailton Ferreira da
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Mostrar registro completoResumo
Esta pesquisa de mestrado em Educação teve o objetivo de problematizar o que jovens leitores têm a dizer sobre os contos de fadas a fim de compreender a permanência dessas histórias entre eles na contemporaneidade. Para tal, desenvolveu-se um processo metodológico de coleta de dados chamado de grupo de discussão, cujos preceitos aproximaram-se dos do grupo focal, a partir de Gatti (2012). Participaram da pesquisa, ao total, sete jovens leitores entre 13 e 17 anos que, ao longo de nove encontros quinzenais, mediados pelo pesquisador, discutiram aspectos referentes a características e exemplos dos contos de fadas, bem como formas de contato com essas histórias, sempre motivados por dinâmicas com materiais de leitura que suscitassem questões sobre o tema. Teoricamente ancorado em autores como Coelho (1985, 2000), Colomer (2017), Zipes (1999, 2000, 2006a, 2006b, 2007), Bettelheim (2014), Corso e Corso (2006), Tatar (2003), entre outros, o estudo traça um panorama do tema contos de fadas para, a partir dos resultados obtidos com o grupo de discussão, problematizar o que estes jovens leitores declararam sobre o conceito do gênero contos de fadas, suas versões e a circulação dessas narrativas de ficção entre o grupo. Os resultados indicam, então, que, apesar de possuírem critérios potentes para reconhecer esse tipo de narrativas, o grupo de jovens leitores confunde frequentemente o gênero conto de fadas com outros gêneros aos quais se assemelham em temática, como alguns dos romanescos; que as versões mais populares entre eles dessas narrativas correspondem às adaptações dos estúdios de Walt Disney para o cinema de animação ou à recontos literários dessas histórias, e que, como um gênero sempre em movimento de adequação ao seu contexto histórico e cultural, os contos de fadas seguem vivos nas experiências com os livros e, principalmente, com o cinema e a televisão. Assim, conclui-se que os contos de fadas permanecem entre os jovens na contemporaneidade cada vez mais desvinculados das suas versões literárias clássicas.
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