A constituição do Núcleo de Memória Engenheiro Francisco Martins Bastos – NUME (1994-2014).
Resumen
Esta tese teve como foco de pesquisa a constituição do Núcleo de Memória
Engenheiro Francisco Martins Bastos-NUME da Universidade Federal do Rio
Grande-FURG. O NUME teve sua gênese em 1994, quando da comemoração dos
25 anos de fundação da FURG, através de um Projeto de Extensão que realizou
uma exposição com documentos e objetos que contavam a história da instituição.
Veio a se constituir em um museu histórico da Universidade em 1999, quando da
passagem dos seus 30 anos. Sua criação foi ancorada na motivação de alguns
servidores, entre ativos e aposentados. O NUME tem por objetivo preservar a
memória e a História da FURG. Desse modo, a tese objetivou analisar tanto a
gênese do Núcleo de Memória, como projeto de extensão, quanto seu processo de
institucionalização na forma de um museu histórico da Universidade e também
investigar como o seu espaço contribui para a memória, a história e a identidade da
FURG (1994-2014). A pesquisa compreendeu um corpus documental constituído por
documentos oficiais da FURG e por entrevistas com os servidores envolvidos na
criação do NUME. Os documentos oficiais pesquisados foram: Resoluções,
Deliberações, Projetos de Extensão das exposições comemorativas do 25º e 30º
aniversário da Universidade, Atas do Conselho Universitário e o Plano de
Desenvolvimento Institucional (2015-2018). As entrevistas realizadas totalizaram
sete e foram produzidas com base na metodologia da História Oral. A análise do
corpus documental possibilitou conferir três categorias: memória, identidade e
cultura material escolar. A partir das análises realizadas, constatei a relevância da
existência de gatilhos comemorativos, ou seja, datas comemorativas como
motivação para a preocupação com a preservação da memória. Em relação aos
servidores que criaram o NUME, foi possível constatar a aspiração de
compartilhamento dos anos de sua carreira universitária vivida na instituição, bem
como o sentimento de anseio de preservar a memória da Universidade para as
futuras gerações. Os mesmos possuem laços de identidade com a instituição, o que
não ocorre com os mais jovens, pois entre outros motivos o teor simbólico da
memória não foi repassado para as gerações mais recentes. A identidade está
rigorosamente vinculada à memória, aos objetos, aos documentos, e estes estão
relacionados aos lugares de memória que também evocam a identidade individual
ou coletiva. O NUME pode ser considerado um exemplo disso. Isso ficou evidente
nas narrativas dos entrevistados, quando rememoraram acontecimentos passados (memória), significando-os com a sua identidade individual com base no grupo a que
pertencem. É possível afirmar que, embora haja um discurso, uma intencionalidade
de memória na FURG, na prática não há uma política de memória institucional
implementada e, desta forma, o museu não cumpre com seu objetivo de criação.
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