Materialização do Ensino Médio Politécnico em uma Escola Pública do Rio Grande do Sul.
Resumen
O estudo aqui desenvolvido analisou o processo de materialização do Ensino Médio
Politécnico em uma escola pública do estado do RS. Em seus capítulos foram
consideradas as particularidades dos cenários nacional e estadual e as concepções
político-ideológicas em que a política se fundamenta, suas bases e princípios
norteadores. A pesquisa procurou responder ao problema assim definido: “De que
maneira se materializou a política do Ensino Médio Politécnico em uma escola
central do município de Porto Alegre sob o ponto de vista de seus professores e
grupo gestor?”. Para isto foram selecionados três eixos investigativos: 1. A maneira
como a política foi recebida na escola pesquisada; 2. Como foi interpretado o texto
da política e compreendidos os conceitos bases; 3. De que maneira ocorreu o
processo de materialização. Após a análise de conteúdos destes eixos emergiram,
pela ordem, três categorias de análise: Entre a resistência e a ressignificação do
currículo; O texto da política: recontextualizações; Reestruturação curricular: análise
da prática. A investigação seguiu uma abordagem qualitativa e utilizou uma
metodologia de estudo de caso que foi desenvolvida em dois estágios: o primeiro,
um grupo focal com a equipe gestora e a aplicação de um questionário aos
professores; o segundo, através de três grupos focais divididos entre as áreas de
conhecimento: Linguagens, Matemática e C. da Natureza juntas e, Ciências
Humanas. A fundamentação teórica ocorreu a partir dos referenciais dos campos de
estudo em políticas públicas, da história e da sociologia da educação,
principalmente. As análises e interpretações dos dados trouxeram alguns resultados
que cabem destacar: evidenciaram-se as resistências à proposta devido ao
desconhecimento de seus fundamentos e, principalmente, à maneira impositiva com
que foi apresentada às escolas; o processo de recontextualização da política
assegurou uma escolha coletiva e consciente de trabalho (ainda que não fosse
unânime) a qual vinculou concretamente o E.M. Politécnico ao Projeto Político
Pedagógico da escola. Por fim, talvez a principal causa para o fortalecimento do
Politécnico nesta escola, o trabalho coletivo e, nele, a certeza de que o Ensino
Médio precisava de mudanças, quais fossem, e que cabia aos professores e grupo
gestor da escola fazer seu melhor para que isso acontecesse. Concluindo, o Ensino
Médio Politécnico representou para as escolas públicas estaduais do RS, uma
oportunidade real de fazer o movimento de mudança. Esta escola o fez. No entanto,
há dúvidas sobre o que dele ficou: o nome e a estrutura curricular permanecem, de
fato, mas não a sua alma. Por que? Talvez porque outros ventos trouxeram novas ou
não tão novas concepções ou, talvez porque sua alma nunca fora vislumbrada.
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