Extratos de folhas de araçazeiro (Psidium cattleianum Sabine) e de butiazeiro (Butia odorata) (Barb. Rodr.) Noblick & Lorenzi, obtidos por infusão aquosa e por extração com líquido pressurizado: descrição fitoquímica e prospecção de propriedades
Abstract
O Brasil possui a maior diversidade e variabilidade genética de espécies vegetais do
planeta, o que gera um ativo ambiental e tecnológico, como é o caso do potencial
fitoquímico para aplicações em alimentos ou noutro setor. Nesse contexto, encontramse o araçazeiro e o butiazeiro, em que os frutos são ricos em compostos bioativos
com atividades antioxidante e antimicrobiana, e as folhas se apresentam como uma
potencial fonte de compostos bioativos. Por isso, decidiu-se caracterizar os compostos
fitoquímicos presentes em extratos de folhas de araçazeiro (Psidium cattleianum) e
de butiazeiro (Butia odorata), e avaliar as propriedades antioxidantes e
antibacterianas. Foram obtidos extratos das folhas por meio de infusão aquosa (Al) e
sistema de extração por líquido pressurizado com água (PLE-W), etanol (PLE-E) e
combinação de água: etanol (PLE-W:E). O estudo foi realizado em duas etapas. A
etapa 1 consistiu na obtenção e caracterização química dos extratos por cromatografia
líquida acoplada à espectrometria de massas (LC-MS/MS). Na etapa 2, foi avaliado o
potencial biológico por testes da atividade antioxidante em modelo de cérebro de
ratos, através do método de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e
espécies reativas de oxigênio (ROS) e em leveduras; e a atividade antibacteriana por
Espectro de Ação por Disco de Difusão em Ágar e por Concentração Inibitória Mínima
(CIM). Para os extratos de folhas de araçazeiro, o PLE-W:E apresentou maior
diversidade de compostos extraídos. Todos os extratos tiveram atividade antioxidante
frente aos ensaios in vitro por TBARS, ROS e em leveduras e apresentaram atividade
inibitória contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas patogênicas. Para as
folhas de butiazeiro, a maior diversidade e concentração total de ácidos fenólicos e
flavonoides foram no PLE-E e PLE-W:E; para a atividade antioxidante apenas o PLEW e PLE-E tiveram efeito protetor frente a TBARS e, para ROS, todos os extratos
apresentaram efeito protetor. Já, para a atividade antibacteriana, apenas duas
bactérias Gram-positivas foram afetadas pela presença dos extratos, sendo eles, o
PLE-W e PLE-E. Isso mostra que, das oito bactérias patogênicas testadas, os extratos
de folhas de butiazeiro apenas apresentaram efeito inibitório frente à duas bactérias
avaliadas. Assim, especialmente as folhas de araçazeiro se apresentam como uma
fonte promissora de compostos bioativos. Mais estudos são necessários para explorar
as propriedades protetoras in vitro e in vivo, principalmente, testes de citotoxicidade
para avaliar a segurança à saúde, na utilização dos extratos.
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