Manejo do trevo persa e da adubação nitrogenada para o arroz irrigado: dinâmica de nutrientes no solo e resposta de plantas
Resumen
A produção brasileira de arroz provém, predominantemente, das lavouras
irrigadas do Rio Grande do Sul. Nessa região, a maioria dos solos de terras baixas
cultivados com arroz irrigado, permanecem tradicionalmente em pousio no período
outono/inverno, devido ao seu hidromorfismo e pela dificuldade de encontrar plantas
de coberturas que se adaptem a essa característica. Nos últimos anos, observou-se
o aumento da adoção de trevo persa (Trifolium resupinatum L.). Porém, pouco se sabe
sobre os benefícios que essa leguminosa hibernal pode deixar para o sistema. Nesse
sentido, o objetivo desse trabalho foi avaliar no Capítulo 1: a disponibilidade de
nutrientes no solo, a nutrição de plantas e a produtividade de grãos de arroz irrigado
em sucessão ao trevo persa no período outono/inverno em um Planossolo; e, no
Capítulo 2: avaliar o efeito de épocas de manejo químico do trevo persa sobre os
componentes de desenvolvimento da cultura do arroz irrigado e a disponibilidade de
nutrientes na solução do solo. Foram utilizados os seguintes tratamentos: Capítulo1:
em condições de campo, trevo persa e pousio, compostos de 4 doses de N, sendo: 0,
60, 120, 180 kg N ha-1 e Capítulo 2: Experimento de casa de vegetação com trevo
persa e pousio, com 4 épocas de manejo químico, (0, 15, 30, 45) dias antes da
semeadura do arroz irrigado, com duas doses de N, 0 e 150 kg N ha-1
. O cultivo no
período hibernal de trevo persa aumenta a disponibilidade de N mineral no solo, reduz
em 23% a dose de máxima eficiência econômica de N para o híbrido de arroz
estabelecido em sucessão. O manejo químico do trevo persa aos 45 dias antes da
semeadura do arroz reduziu em 58% a quantidade de matéria seca no período de
outono/inverno, enquanto o seu manejo químico mais próximo da semeadura do arroz
resulta em maior teor de N mineral na solução do solo. O cultivo dessa leguminosa
aumenta a disponibilidade de N mineral na solução do solo em 108% no período
vegetativo de desenvolvimento do arroz. Os maiores intervalos de manejo químico
aumentaram também o teor de fósforo e potássio na solução do solo no período
vegetativo de desenvolvimento de plantas de arroz. Dessa forma, o uso da leguminosa
hibernal em sistemas de produção de arroz irrigado no Sul do Brasil é uma alternativa
promissora, pois possui adaptação ao excesso hídrico, alta capacidade de produção
de biomassa e contribui com o aporte de N ao solo com reflexos na menor
necessidade de adubação nitrogenada na cultura do arroz. Este contexto possibilita
maior rentabilidade econômica aos orizicultores e menor potencial impacto no
ambiente em decorrência do menor aporte de N.
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