Micropropagação e frio artificial no cultivo dos mirtileiros ‘Duke’ e ‘Woodard’
Resumo
A utilização de mudas de qualidade, assim como a adoção de técnicas que
permitam a adequação dos protocolos de propagação e do ambiente para o
cultivo do mirtileiro (Vaccinium spp.) são fundamentais para a expansão das
áreas de produção. Em função desses aspectos, esse trabalho foi dividido em
quatro experimentos. No primeiro, o objetivo foi verificar a influência do cultivo in
vitro fotoautotrófico, aliado à presença (ou não) de sacarose no meio de cultura
durante a multiplicação de mirtileiro ‘Duke’ em duas épocas. O delineamento
experimental foi o inteiramente casualizado, em esquema trifatorial 3 x 2 x 2 (três
concentrações de sacarose (0, 15 e 30 g.L-1
), dois ambientes (sala de
crescimento e casa de vegetação) e duas épocas do ano (verão e inverno)),
totalizando 12 tratamentos com 10 repetições de cinco explantes. Após 60 dias
foram avaliadas: sobrevivência, comprimento das brotações, taxa de
multiplicação, altura dos explantes e número de folhas. A multiplicação in vitro
de mirtileiro ‘Duke’ pode ser realizada em sala de crescimento e em meio de
cultura com 15 g.L-1 de sacarose no período de inverno. No segundo
experimento, o objetivo foi avaliar o crescimento vegetativo de mirtileiros
cultivados em vasos em diferentes condições de frio. O delineamento
experimental foi em esquema fatorial 2 x 2 (duas condições de cultivo (ar livre e
frio artificial)) e duas cultivares (‘Duke’ e ‘Woodard’)). Após 90 dias foram
avaliados: comprimento da maior haste, número de médio de hastes, e
comprimento médio das hastes, massa de matéria seca da raiz e o comprimento
das raízes. As diferentes condições de frio não influenciaram no crescimento
vegetativo de ‘Duke’ e ‘Woodard’. No terceiro, objetivou-se avaliar a fenologia,
enquanto o quarto experimento foi realizado visando avaliar as características
físico-químicas e produtivas. Ambos os ensaios foram realizados nas mesmas
condições de cultivo, utilizando o mesmo delineamento experimental e cultivares
de mirtileiro do segundo estudo. Assim, no terceiro ensaio foram avaliados os
estádios fenológicos: inchamento da gema, abrolhamento, gema inicial rosa,
gema final rosa, início da floração, plena floração, queda das corolas,
crescimento do fruto, fruto verde e porcentagem (10%; 25% e 75%) de frutos
maduros. Além disso, foi avaliada a soma térmica dos períodos fenológicos em
dois ciclos reprodutivos. O comportamento fenológico e a demanda térmica
foram influenciados pelo ambiente de cultivo no segundo ciclo. A exposição ao
frio artificial é uma técnica promissora; principalmente para ‘Duke’ nas condições
de Pelotas-RS. No último experimento avaliou-se: número total de frutos, massa
total dos frutos por planta, massa de matéria fresca e diâmetro do fruto; potencial
hidrogeniônico, teor de sólidos solúveis, acidez titulável e relação brix/acidez
titulável. Conclui-se que ‘Woodard’ e ‘Duke’ expostos ao frio artificial
apresentaram frutos com atributos físico-químicos compatíveis com o esperado
para a região. O frio artificial foi eficiente, principalmente para ‘Duke’ na segunda
safra.
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