Caracterização de mutantes M3 de arroz derivadas da cultivar BRS Pampeira sob déficit hídrico
Abstract
O arroz é uma das culturas mais produzidas e consumidas no mundo, apresentando
no Brasil uma produção de 12 a 13 milhões de toneladas ano-1
. No país, grande
parte do cereal é produzido na região sul. O sistema de cultivo predominante nessa
região e no mundo, é de irrigação por inundação, no qual existe um grande uso de
água. Esse uso de água traz problemas ambientais, eleva o custo da produção e,
considerando as atuais mudanças climáticas, há riscos para a contínua
disponibilidade desta para a agricultura. Deste modo, é extremamente necessário
esforço da pesquisa em melhoramento genético de arroz para o cultivo sob
sequeiro, no qual podem existir riscos de déficit hídrico. O presente trabalho teve
como objetivos: 1) Desenvolver um protocolo para avaliação de genótipos de arroz
quanto a tolerância a seca a campo, para as condições do sul do Brasil; 2)
caracterizar famílias mutantes de arroz quanto a tolerância ao estresse por déficit
hídrico, assim como para o desempenho agronômico; e, 3) avaliar linhagens
mutantes M3 de arroz quanto aos índices de clorofila em condições de estresse
hídrico no período reprodutivo, visando relacionar com componentes de produção
e selecionar linhagens superiores. Os experimentos foram conduzidos a campo, sob
uma cobertura (Shelter) visando permitir a simulação de seca, na Estação
Experimental Terras Baixas, pertencente à Embrapa Clima Temperado, Capão do
Leão/RS. Os mutantes estudados, oriundos da cultivar BRS Pampeira, se
encontram na geração M3 e foram obtidos por meio de radiação gama (60Co a partir
da dose de 250 Grays e 300 Grays). Para o protocolo de avaliação de tolerância a
seca, quatro cultivares contrastantes foram submetidas ao o estresse hídrico (-
50kPa) nos períodos vegetativo e reprodutivo, e diferentes caracteres de
crescimento, desenvolvimento e produtividade foram avaliados. Para
caracterização das famílias mutantes e avaliação dos índices de clorofila, o déficit
hídrico (100 kPa à 10 e 15 cm) teve início a partir do estádio R2 até 10 dias após R4.
As plantas foram avaliadas durante e ao final do ciclo reprodutivo, quanto a
parâmetros de fotossíntese e caracteres agronômicos e de rendimento. Os
resultados do estudo de protocolo demonstram que os genótipos contrastantes
estudados não apresentaram diferenças significativas sob o estresse por seca
aplicado (-50kPa) no período reprodutivo. A população mutante estudada
apresenta uma ampla variabilidade genética para tolerância a seca e foram
identificadas linhagens promissoras para o desenvolvimento de cultivares
melhoradas para os diferentes caracteres agronômicos estudados. Também se
observou uma baixa correlação entre os caracteres agronômicos e os índices de
clorofila nas populações avaliadas sob condições de estresse por seca
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