Filoxera-da-videira: biologia, resistência de genótipos, interação com o fungo Dactylonectria macrodidyma e controle químico
Resumen
A filoxera-da-videira Daktulosphaira vitifoliae (Fitch, 1856) é a praga mais importante
da viticultura mundial. O inseto se desenvolve tanto na parte aérea (forma galícola)
quanto nas raízes (forma radícola) podendo provocar um declínio gradual e aumento
da suscetibilidade a fungos de solo culminando com a morte das plantas. Uma das
principais estratégias para o controle da praga é o emprego de porta-enxertos
resistentes. Este trabalho teve como objetivos: a) avaliar a ocorrência de ovos de
inverno da filoxera em mudas de ‘Paulsen 1103’ a campo; b) conhecer a biologia em
raízes de cultivares e calcular a tabela de vida de fertilidade do inseto; c) avaliar a
resistência de genótipos de Vitis spp. a filoxera utilizando o método de raízes
extirpadas em laboratório; d) estudar a interação de D. vitifoliae com o fungo
Dactylonectria macrodidyma e, e) avaliar o efeito de inseticidas químicos na
supressão de populações da forma galícola e radícola da filoxera-da-videira. A
presença de ovos de inverno da filoxera-da-videira foi registrada em 78% das plantas
do porta-enxerto ‘Paulsen 1103’ amostradas. Nas plantas com a presença de ovos de
inverno foi encontrada uma média de 31 ± 6,31 (X±EP) ovos/planta. A filoxera
completa o ciclo biológico (ovo a adulto) em raízes lignificadas de ‘BRS Lorena’,
‘Bordô’ e ‘Cabernet Sauvignon’, com maior viabilidade do período (90,2%) em raízes
de ‘Cabernet Sauvignon’. As ninfas não completaram o desenvolvimento em raízes
lignificadas de ‘Paulsen 1103’ e ‘Magnólia’. Cultivares com origem ou com
cruzamentos com V. vinifera apresentaram maior número de tuberosidades, enquanto
que as de origem americana (V. labrusca, V. berlandieri, V. rotundifolia, V. rupestris,
V. riparia) apresentaram nodosidades. Dentre as cultivares copa, a maior quantidade
de insetos sobreviventes foi registrada em ‘Cabernet Sauvignon’. Em contraste, os
genótipos ‘548-15’, ‘Magnólia’ e ‘1111-21’ apresentaram reduzida infestação e
sobrevivência de ninfas nas raízes, sendo considerados resistentes à praga. Raízes
infestadas com a filoxera e inoculadas com o fungo D. macrodydima resultaram numa
maior porcentagem de reisolamento do fungo. No ensaio de controle químico da fase
galícola, uma aplicação do inseticida flupiradifurona (Sivanto®Prime 200 SL, 75mL
p.c/100L-1
) proporcionou uma redução de danos de 90% aos 28 DAA, enquanto que
para o thiamethoxam (Actara 250 WG®, 40g p.c/100L-1
), e sulfoxaflor (Closer®SC,
40mL p.c/100L-1
) foram necessárias 3 e 2 aplicações para obter o mesmo nível de
controle, respectivamente. Para a fase radícola, os inseticidas sulfoxaflor
8
(0,3mL/planta) e imidacloprido (Provado 200 SC, 0,7mL/planta) apresentaram os
melhores resultados, com 96 e 89% de controle de ninfas + adultos respectivamente,
seguidos pela flupiradifurona (0,8mL/planta) com 76%. Conclui-se que a presença de
ovos de inverno no tronco de plantas de videira pode ser uma fonte de dispersão da
praga. O melhor desempenho biológico do inseto é verificado em raízes de ‘Cabernet
Sauvignon’ enquanto que os genótipos ‘548-15’ (V. labrusca x V. rotundifolia),
‘Magnólia’ (V. rotundifolia) e ‘1111-21’ (V. labrusca x V. rotundifolia) apresentam
reduzida infestação da filoxera. Há interação entre a filoxera-da-videira e o fungo D.
macrodydima em raízes de ‘Cabernet Sauvignon” em laboratório. Os inseticidas
flupiradifurona e sulfoxaflor são alternativas aos neonicotinoides para o controle
químico da filoxera na cultura da videira.
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