Qual a influência do cultivo de pessegueiro em sistemas agroecológico e convencional sob a macrofauna edáfica?

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Data
2020-08-20Autor
Carvalho, Juliana dos Santos
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O pessegueiro (Prunus persica (L.) Batsch) é uma das frutíferas mais produzidas no
mundo, o Brasil é o décimo terceiro produtor mundial de pêssego. Contudo, muitos
produtores utilizam o sistema de produção convencional, o qual está fortemente
alicerçado no uso de herbicidas acarretando perdas na biodiversidade do solo.
Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a abundância, diversidade,
riqueza, frequência relativa e as possíveis associação dos grupos da macrofauna
edáfica com as propriedades do solo e comparar a riqueza e a diversidade das
assembleias de formigas em um sistema agroecológico e convencional sob cultivo
de pessegueiro. O estudo foi realizado em duas propriedades agrícolas familiares na
região na Colônia São Manoel, 8º distrito de Pelotas, RS, sendo um sistema de
pessegueiro sob cultivo agroecológico (PA), um sistema de pessegueiro sob cultivo
convencional (PC) e uma área de vegetação nativa (VN). Foram realizadas coletas
na profundidade de 0,00 – 0,20m para análises físicas do solo como densidade (Ds),
porosidade total (Pt), diâmetro médio ponderado dos agregados (DMP), bem como
para análises de macro e micronutrientes e carbono orgânico total (COT). Foram
instaladas armadilhas pitfall durante o verão e inverno de 2017 e 2018. A
diversidade da macrofauna foi comparada utilizando-se os índices de Diversidade de
Shannon (H’), Equabilidade (J’), Simpson, foi calculada a frequência relativa (FR),
análise de Componentes Principais (PCA) e Análise de Correspondência
Canônica (CCA). Foi calculada a riqueza, abundância, curva de rarefação,
diversidade de Shannon, Equabilidade, Chao1 e PCA para as assembleias de
formigas. O maior índice de Shannon foi verificado para o PA durante os dois anos
de avaliação. A maior abundância para o ano de 2017 foi constatada para a VN,
enquanto para o ano de 2018 esse resultado foi verificado para o PC, visto o
elevado número de indivíduos da ordem Isopoda. No primeiro ano de amostragem,
foi verificada alta FR para a ordem Coleoptera em todos os sistemas. A PCA para
todo o período de estudo, associou a ordem Araneae ao PA, a ordem Isopoda ao PC
e as ordens Coleoptera, Amphipoda e Dermaptera a VN. Através da análise de CCA,
as variáveis que se destacaram para responder as alterações na qualidade do solo
e, se relacionaram à macrofauna edáfica foram matéria orgânica, fósforo, cálcio,
cobre, pH e DMP. O agroecossistema de PA apresentou maior número de
ocorrências e riqueza, enquanto o pomar convencional o menor número.
Camponotus sp.1, Pogonomyrmex naegelli, Nylanderia fulva, Pheidole sp.1 e
Solenopsis saevissima apresentaram associação positiva com PC e PA.
Acromyrmex ambiguus, Pachycondyla striatra, Gnamptogenys striatula,
Gnamptogenys sp.1 e Cyphormymex rimosus apresentaram associação positiva
com a VN e PA. Os resultados encontrados corroboram a hipótese de que os
sistemas agroecológicos se constituem em uma alternativa importante aos sistemas
convencionais, pois podem preservar a qualidade física e química do solo, além de
aumentar e preservar a diversidade e riqueza da macrofauna edáfica, bem como das assembleias de formigas, favorecendo as espécies predadoras e contribuindo para o
manejo ecológico de pragas.
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