Quando os tambores tocam geografia e religião: estudo de caso da invisibilização da Umbanda em Pelotas, RS.

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Data
2022-03-03Autor
Santos, Marceli Teixeira dos
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Quando os tambores tocam, Geografia e Religião se entrelaçam e orientam as
construções culturais e existências sociais múltiplas no Espaço Geográfico, em suas
individualidades e coletividades, desenhando o fazer urbano e paisagístico de uma era
que é permanência e ruptura de tantas outras. Neste sentido, esta pesquisa é inserida à
seara da Geografia da Religião, buscando compreender os processos de visibilização e
invisibilização de Religiões Afrobrasileiras em Pelotas (RS) por meio do estudo de caso
(Yin, 2015). Quanto aos trajetos direcionadores, este trabalho analisa, especificamente,
a visibilidade da Umbanda na paisagem para entender os diversos processos pelos
quais a mesma passou ao longo da história no Brasil, de modo a refletir sobre as
estratégias adotadas em cada momento quanto à sua (in)visibilidade. A Cidade do
Doce também pode ser lida como Cidade de Religiosidades e expressões de Matriz
Africana, e, neste sentido, se buscou identificar na região urbana de Pelotas (RS) as
diferentes dinâmicas adotadas pelas Religiões para serem mais ou menos visíveis, ou
até mesmo, se tornarem invisíveis. Em seguida, se analisa como ocorreram
historicamente permissões e não permissões às práticas e à existência das Terreiras e
do Povo de Santo em Pelotas (RS), e, em um terceiro movimento, são discutidas
projeções futuras para as Comunidades Tradicionais de Terreira e a Umbanda no
município em questão. A Gira Teórica tem base em Nogueira (2013), Santos (2019;
2021), Bonifácio (2017), Rosendahl (2002), Oro (2002; 2012) e Nogueira (2020), já o
método de análise é constituído pelo regressivo-progressivo dialético (Lefebvre, 1972)
sob a tríade temporal descritivo-datação-virtualidade, associada aos espaços
percebido, concebido e vivido (Lefebvre, 2013) respectivamente. Como resultados é
possível apontar que as dinâmicas institucionais são determinantes quanto à
visibilização e invisibilização da Umbanda e de outras Religiões de Matriz Africana em
Pelotas. Em seguida, a infraestrutura urbana também surge enquanto elemento
importante para as organizações e expressões das mesmas na paisagem pelotense.
No entanto, é a partir dos mecanismos de auto invisibilização adotados pelos Povos de
Santo que estas Comunidades resistem aos cerceamentos histórico-contemporâneos e
são perpetuadas do tempo e no espaço. Enquanto considerações finais ocorrem
rupturas que reconfiguram e dão continuidade aos apagamentos da cultura afro brasileira e da expressão de religiosidades de Matriz Africana no município, conforme
dinâmicas de passados remotos.
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