Prevalência e fatores associados a prescrição de fórmula infantil para recém-nascidos de baixo risco em um Hospital Amigo da Criança.
Abstract
Além das condições previstas na Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), são escassas as informações na literatura sobre os fatores subjacentes a introdução precoce de fórmula infantil para recém-nascidos de baixo risco. O presente estudo tem como objetivo avaliar a prevalência de prescrição de fórmula infantil para recém-nascidos de baixo risco, as justificativas para a prescrição e os fatores associados a prescrições não justificadas pela IHAC em um Hospital Amigo da Criança do extremo sul do Brasil. Trata-se de um estudo transversal descritivo, com dados secundários. Foram extraídos dados de internações ocorridas no centro obstétrico do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. entre 1º janeiro de 2017 e 31 de dezembro de 2020. Informações referentes às justificativas para prescrição de fórmula infantil foram provenientes de formulários para liberação de leite artificial e classificadas em justificadas ou não justificadas pela IHAC. Foram selecionados os nascimentos a termo de baixo risco internados em alojamento conjunto, excluindo puérperas com sorologia HIV positiva, abortos/natimortos, gemelares e recém-nascidos com baixo peso ao nascer. Calculou-se as prevalências de prescrição e das justificativas para prescrição de fórmula infantil ao longo dos anos. Diferenças foram testadas utilizando-se o teste de qui-quadrado, adotando nível de significância menor que 5%. As análises brutas e ajustada foram realizadas por meio de regressão de Poisson. Foram incluídos no estudo 6.048 partos. Aproximadamente 25% dos recém-nascidos de baixo risco receberam prescrição de fórmula infantil, sendo 33,7% dessas prescrições não justificadas pela IHAC. Hipoglicemia foi a justificativa mais prevalente (50,2%). Mães adolescentes e partos noturnos foram relacionadas a maior prevalência de prescrição não justificada pela IHAC, enquanto nascimentos a termo precoce e extremos de peso ao nascer foram relacionados com menor prevalência. Os achados alertam para a necessidade de capacitação e treinamento da equipe de atenção pós-parto e manejo a lactação para aumento da taxa de aleitamento materno.
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