Avaliação da toxicidade de efluentes da parboilização de arroz e do abate de suínos
Resumen
A presente tese teve como objetivo avaliar a toxicidade dos efluentes gerados na
indústria de parboilização do arroz e no matadouro de suínos com fabricação de
embutidos, através da realização de bioensaios com três organismos–testes de níveis
tróficos diferentes: peixes, sementes de vegetais e bactérias. Para a caracterização
físico-química dos efluentes, foram avaliados os parâmetros: DBO – demanda
bioquímica de oxigênio, DQO - demanda química de oxigênio, Sólidos Suspensos
Totais, NTK- Nitrogênio Total Kjeldhal, Nitrogênio Amoniacal, Fósforo Total, Cloretos,
Surfactantes, Sulfetos, Dureza, Alumínio, Manganês, Ferro, Zinco, Fenóis,
Condutividade Elétrica, Salinidade, pH e temperatura. Para avaliação da toxicidade
em peixes foi utilizada a qualidade espermática de zebrafish (Danio rerio), sendo
analisados a taxa e o período de motilidade, a integridade e a viabilidade da
membrana espermática, a funcionalidade da mitocôndria e a integridade do DNA. Para
a determinação da fitotoxicidade foram utilizadas sementes de alface (Lactuca sativa)
e pepino (Cucumis sativus), sendo avaliados o número de sementes germinadas, o
comprimento das raízes e o índice de germinação. A avaliação da toxicidade em
bactérias foi realizada utilizando respirômetro portátil e Escherichia coli como
bioindicador. Os resultados da caracterização físico-química e dos bioensaios foram
correlacionados estatisticamente, visando a identificação das prováveis causas da
toxicidade. A maioria dos parâmetros físico-químicos avaliados atendeu aos padrões
de emissão previstos na legislação ambiental, com exceção de NTK e fósforo no
efluente do matadouro de suínos. As estações de tratamento de efluentes das duas
agroindústrias também contribuíram para a redução da toxicidade, porém, ambos
efluentes apresentam toxicidade aos parâmetros de qualidade espermática de
zebrafish, indicando que o lançamento desses em recursos hídricos superficiais pode
afetar a fertilização de peixes. Foi registrada fitotoxicidade para as sementes de
pepino em todos os efluentes avaliados, mas, para as sementes de alface, foi
registrada fitotoxicidade para os efluentes do matadouro e para o efluente bruto da
parboilização do arroz, indicando que o uso agrícola desses efluentes poderia
comprometer o cultivo de espécies vegetais. Não foi registrada toxicidade nos
efluentes avaliados utilizando o bioindicador Escherichia coli. Considerando a forte
correlação negativa encontrada foram considerados como potenciais causadores da
toxicidade do efluente da parboilização de arroz (i) espermática: fósforo, sólidos
suspensos, salinidade, ferro e DBO; (ii) fitotoxicidade: ferro e manganês. Em relação
aos efluentes do matadouro de suínos, foram considerados potenciais causadores da
toxicidade: (iii) qualidade espermática: cloretos, DBO, DQO, ferro, manganês, N-NH3,
NTK, surfactantes, condutividade e salinidade; (iv) fitotoxicidade: NTK, surfactantes e
zinco. Com a identificação desses contaminantes, as agroindústrias podem adequar
suas estações de tratamento e, consequentemente, reduzir a toxicidade dos efluentes
visando ao atendimento da legislação ambiental vigente.
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