Proteômica global de Campylobacter jejuni NCTC11168 sob diferentes condições de pH
Resumen
Campylobacter termofílico é um subgrupo dentro do gênero Campylobacter, formado pelas espécies C. jejuni, C. coli, C. lari e C. upsaliensis, sendo assim denominado devido a sua temperatura ótima de multiplicação oscilar entre 42 °C. Campylobacter termofílicos são, atualmente, as principais bactérias causadoras de doenças transmitidas por alimentos em todo o mundo, além de estarem entre as quatro principais causas globais de doenças diarreicas. Dentre as espécies de Campylobacter termofílicos, a mais relacionada à campilobacteriose é C. jejuni, seguida por C. coli. O principal reservatório de C. jejun são as aves, principalmente os frangos, possivelmente pela temperatura corporal desses animais ser similar à temperatura ótima para a sua
multiplicação. Apesar da importância desse patógeno para a saúde pública,
pouco ainda se sabe sobre os mecanismos de sobrevivência e de infecção de
C. jejuni. Com isso, o objetivo desse estudo foi avaliar a proteômica global de C.
jejuni NCTC11168 quando submetido a diferentes condições de pH, simulando
barreiras encontradas no organismo humano e em cortes cárneos de frango.
Para isso, a cepa padrão C. jejuni NCTC 11168 foi submetida a diferentes
valores de pH, a fim de tornar o ambiente in vitro semelhante ao pH gástrico (pH
4,0- o mais ácido no qual houve multiplicação microbiana em testes prévios), ao
pH médio de cortes cárneos de frango (pH 5,8) e ao pH intestinal humano (pH
8,0). As proteínas foram extraídas pela técnica single spot (SP3) e a separação,
identificação e quantificação das proteínas, foi realizada por cromatografia
líquida acoplada à espectrometria de massas. Observou-se que houve diferença
significativa na síntese de proteínas, nas diferentes condições de pH testadas.
Foi constatado que o pH 5,8 foi o que mais favoreceu a síntese de proteínas
relacionadas aos mecanismos de defesa de C. jejuni, sendo esse um achado
interessante visto que é o pH encontrado nos cortes cárneos, podendo ser um
fator que beneficie a sobrevivência do patógeno e consequentemente
proporcione a disseminação da campilobacteriose. Além disso, foi identificado
aumento na abundância de duas proteínas responsáveis pela geração de
energia via respiração anaeróbica (NapA e FrdA) quando em pH 8,0, sugerindo
que o pH intestinal induz ao aumento da atividade da cadeia transportadora de
elétrons, provavelmente a fim de garantir a homeostase citoplasmática de C.
jejuni. A partir dos resultados obtidos no presente estudo, foi possível comprovar
que de alguma forma as proteínas de resposta ao estresse (térmico e oxidativo)
também estão envolvidas na resposta ao estresse ácido de C. jejuni. Além disso, foi possível verificar que dentre os pH avaliados, o pH 5,8 foi o mais expressivo em termos de respostas ao estresse ácido, sendo uma boa condição a se trabalhada em pesquisas futuras, a fim de se ter um melhor conhecimento sobre a interferência do pH na patogênese de C. jejuni.
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