Leite caprino fermentado com adição de amora-preta
Abstract
O leite caprino apresenta alto valor nutricional, elevada digestibilidade e tem
potencial hipoalergênico, sendo indicado para crianças e idosos, ou ainda
pessoas que apresentem problemas nutricionais ou gastrointestinais. Além do
fornecimento do leite in natura, pode-se ingeri-lo através de seus derivados.
Dentre eles, o leite fermentado é uma boa opção, pois além da praticidade no
consumo, possui uma vida útil maior. Além disso, há a possibilidade de
incorporar frutas e bactérias probióticas, tornando-o um alimento funcional.
Diante do exposto, objetivou-se neste estudo produzir um leite caprino
fermentado com características funcionais pela adição de probióticos
Bifidobacterium animalis subsp. lactis Bb-12/Lactobacillus acidophilus-LA-5, e
adicionado de polpa de amora-preta. Foram produzidos dois leites fermentados
a partir de dois tratamentos, sendo o primeiro tratamento (LFA) com adição de
culturas iniciadoras Streptococcus thermophillus e Lactobacillus bulgaricus, mais
polpa de amora-preta. O segundo tratamento (LFPA) consistiu em leite caprino
fermentado com adição da combinação de cultura iniciadora e culturas
probióticas (Streptococcus thermophillus, Bifidobacterium animalis subsp. lactis
Bb-12 e Lactobacillus acidophilus LA-5) e polpa de amora-preta. Para a polpa de
amora-preta, o valor de pH foi de 3,311 e a acidez em percentual de ácido cítrico
foi de 1,26%. Com relação a antocianinas, observou-se 1614,98 mg para cada
100 g de cianidina-3-glicosídeo e 40252,19 µg do equivalente trolox para cada
100 g de amostra seca para atividade antioxidante. O pH, acidez e viabilidade
das culturas iniciadoras e probióticas foram avaliados para LFA e LFPA nos dias
0, 7, 14, 21 e 35. Foram realizadas as análises físico-químicas gordura,
proteínas, carboidratos, umidade e cinzas, bem como a análise sensorial com
avaliadores não treinados. Com relação aos valores de pH, observou-se uma
diferença significativa (p ≤ 0,05) entre LFA e LFPA apenas no dia 14 de
armazenamento, porém a acidez foi superior para LFPA nos dias 7, 14, 21 e 35.
As concentrações de Bifidobacterium animalis subsp. lactis Bb-12 e
Lactobacillus acidophilus LA-5 mantiveram-se em contagens elevadas (> 6 Log
UFC.g-1
) durante os 35 dias de armazenamento. A composição de LFPA
demonstrou 74,12% de umidade, 4,12% de gordura, 3,54% de proteína, 18,07%
de carboidratos e 0,12% de minerais. Na análise sensorial, a cor foi o atributo
com maior média, seguido da textura, aspecto global, aroma e sabor. O leite
caprino fermentado probiótico de amora-preta (LFPA) apresentou um índice de
aceitabilidade de 85,5%. Com relação à intenção de compra, 97,5% dos
consumidores comprariam o produto, indicando potencial para comercialização.
Diante do exposto, comprova-se que é possível produzir um leite caprino
fermentado probiótico de amora-preta, o qual mantém suas características
funcionais preservadas durante o armazenamento por 35 dias e tem boa
aceitação sensorial.
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