Herta Müller: as palavras apátridas, redentoras palavras

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Data
2022-05-06Autor
Lago, Thalyta Bruna Costa do
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Herta Müller é uma artista que coleciona predicativos, sendo escritora, ensaísta e poeta os principais. Não por coincidência, todos esses descritivos estão intimamente relacionados ao manejo com a palavra. A autora articula o mecanismo de pantomima da linguagem na tentativa de atingir as experiências que não podem ser colocadas no nível da palavra com as que já existem no mundo. A começar, para tornar compreensível o conceito de pantomima, pretendo traçar um paralelo entre a forma como tal ideia era apropriada na Grécia Antiga e como foi lida por Deleuze, nos dias atuais. Em seguida, analiso a concepção de pantomima mülleriana com auxílio de exemplos destacados de duas obras da autora, sendo elas Atemschaukel (2011) e Sempre a mesma neve e sempre o mesmo tio (2012), as quais adotarei como objetos de análise. Tenciono ainda, à luz de Benjamin e Didi-Huberman, inquirir as imagens dialéticas que resultam da experimentação entre as palavras. Por fim, realizo uma leitura das imagens levantadas na obra a partir do conceito de trauma e lanço mão, para tanto, das contribuições de Freud.