Caracterização da laranja-azeda e microencapsulação do extrato obtido da casca pelo método spray drying

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Data
2018-08-31Autor
Trindade, Fernanda Moura Ribeiro
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Dentre as espécies de laranja consumidas pela população mundial, a laranja- azeda (Citrus aurantium) tem recebido destaque na literatura pelos diversos benefícios apresentados. Habitualmente, o albedo é a principal parte comestível da laranja-azeda consumida na região Sul do Brasil para a produção de um doce típico. Entretanto, a casca e a polpa são caracterizados como co-produtos, desta forma, sendo descartados. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa foi analisar a composição fitoquímica, antioxidante e antimicrobiana da casca, polpa e albedo da fruta laranja-azeda (Citrus aurantium) e realizar a microencapsulação do extrato hidroetanólico da casca pelo método spray drying. Neste estudo foi realizada a caracterização centesimal, quantificação de compostos fenólicos totais e carotenoides totais da casca, polpa e albedo, e em relação aos extratos aquosos e etanólicos destas partes, foi avaliada a atividade antioxidante e antimicrobiana. O extrato da casca foi microencapsulado pelo método spray drying utilizando a maltodextrina como material de parede. Como resultados, o presente estudo demonstrou que a polpa diferiu significativamente das demais amostras para umidade, carboidrato e valor energético total. Para a análise antioxidante, o extrato aquoso apresentou maior porcentagem de inibição pelo método de captura do radical DPPH e o mesmo extrato exerceu menor formação de malonaldeído, reduzindo a peroxidação lipídica, ou seja, apresentando maior capacidade antioxidante. Em relação a quantificação de compostos, a amostra da polpa apresentou maior concentração de compostos fenólicos totais e a amostra da microcápsula maior conteúdo de carotenoides totais. Nas análises antimicrobianas, foi observado que os extratos aquosos demonstram inibição e ação bactericida frente as bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. A microcápsula apresentou alta eficiência de encapsulação pelo método utilizado e a estrutura da superfície desta apresentou aspecto irregular, com intumescimento (abcesso) e dobras pela análise de Microscopia Eletrônica de Varredura. Desta forma, conclui-se que as partes da laranja-azeda apresentaram composição significativa, destacando que a polpa apresentou menor valor energético total. Em relação ao extrato aquoso da casca demonstrou possuir ação antimicrobiana e antioxidante. Somado a isso, a microencapsulação do extrato da casca de laranja-azeda apresentou boa eficiência de encapsulação, sugerindo ser uma fonte acessível para a população se beneficiar das suas ações.
