Caracterização de azeites virgem extra gourmet varietais e blends comercializados no mercado do Rio Grande do Sul
Resumo
O Brasil não possui até o momento produção comercial de azeite de oliva,
sua demanda interna é atendida pela importação do produto de países europeus e
países do cone sul tradicionalmente produtores e exportadores de azeite de oliva. O
mercado de azeite no Brasil tem crescido muito nos últimos anos, somente no
período de 2004 a 2009 houve um aumento de 78%, ou seja, a importação anual
brasileira aumentou de 23 para 42 mil toneladas. Levando em consideração o
crescimento do consumo do azeite de oliva, e a constatação de uma alta incidência
de adulteração nos produtos comercializados, análises mais freqüentes deste
produto no mercado, utilizando metodologias de análises que atendam as normas
vigentes da legislação brasileira, devem ser adotadas para um controle mais
eficiente. Para isto foram realizadas determinações de acidez, peróxidos, absorção a
232 e 270 nm, estabilidade oxidativa, composição de ácidos graxos, tocoferóis,
carotenóides totais, clorofilas totais e fenóis totais. Estas determinações foram
realizadas em doze marcas de azeite virgem extra comercializadas no Rio Grande
do Sul. Entre as marcas analisadas, quatro marcas apresentaram alterações
significativas na sua composição de ácidos graxos que denotam indício de
adulteração, sendo também reprovadas para o consumo humano devido a seu
elevado índice de peróxidos. Com relação às análises de conteúdo de tocoferóis,
carotenóides totais, clorofilas totais e fenóis totais, os azeites das diferentes marcas
analisadas não apresentaram valores que denotassem qualquer problema no que
diz respeito a qualidade do produto. No que se refere à composição de ácidos
graxos, tomando por base valores estabelecidos pelo COI e pela atual legislação
brasileira, os azeites das doze marcas analisadas encontraram-se fora dos padrões
exigidos para comercialização.