Caracterização físico-química e capacidade antioxidante do butiá.
Resumo
As espécies pertencentes à família Palmae (Aracaceae) destacam-se tanto pelo
recurso natural e econômico que representam às populações humanas, como pelo
seu papel ecológico nas formações vegetais. No Rio Grande do Sul ocorrem seis
gêneros de palmeiras nativas, entre eles, destacam-se as palmeiras do gênero
Butia, principalmente as espécies: B. capitata e B. eriospatha, que produzem frutos
que são consumidos in natura ou utilizados para o preparo de sucos, licores e
sorvetes. O interesse pelas espécies nativas e pequenos frutos vem crescendo nos
últimos anos devido ao benefício que podem proporcionar à saúde humana, devido
a ação de compostos oriundos do metabolismo secundário das plantas. Assim, este
estudo teve como objetivo caracterizar os frutos de butiá das espécies B. capitata e
B. eriosphata, determinando a composição nutricional, a presença de compostos
fitoquímicos e a capacidade antioxidante das frações polpa e amêndoa. Quanto à
biometria, os frutos de butiá apresentaram-se com forma achatada devido às
maiores medidas de diâmetro comparado as medidas de comprimento, com elevado
rendimento de polpa (70,97% para a espécie B. capitata); os valores de cor da
epiderme dos frutos de ambas as espécies de butiás se localizaram dentro do
primeiro quadrante entre as tonalidades de vermelho e amarelo. Na composição da
amêndoa dos frutos destacam-se os teores de fibras e de carboidratos e também no
valor calórico 392,18Kcal.100g-1 e 358,03Kcal.100g-1 (espécies B. capitata e B.
eriosphata, respectivamente), devido ao elevado teor de lipídios, o que consiste em
um bom indicativo para extração de óleo, cuja composição é rica em ácidos graxos
de cadeia média (C6-C12), perfazendo 56,48% para a espécie B. capitata e de
43,70% para a espécie B. eriosphata. Dentre os fitoquímicos destaca-se o teor de
fenóis totais de 416,73mg GAE.100g-1 nas amêndoas das espécies B. capitata e de
443,19mg GAE.100g-1 para a espécie B. eriosphata e a ausência de tocoferóis nas
amêndoas de ambas as espécies. Em relação à polpa dos frutos, observou-se
correlação positiva forte entre teor de sólidos solúveis e de açúcares totais para
butiás da espécie B. capitata (0,990), enquanto que para a espécie B.eriosphata a
correlação de maior significância ocorreu entre teor de sólidos solúveis e de acidez
(0,994). O valor calórico total foi equivalente a 53,21 Kcal.100g-1 para a espécie B.
capitata e de 42,30 Kcal.100g-1 na espécie B. eriosphata, decorrentes principalmente
do teor de carboidratos. Os teores de fibra bruta nas espécies B. capitata (1,22%) e
B. eriosphata (0,88%) foram inferiores aos valores reportados para outras espécies
pertencentes à família Palmae. Através da análise de componentes principais,
considerando a caracterização físico-química e capacidade antioxidante foi possível
diferenciar as duas espécies de butiás. Na composição fitoquímica de frutos de
butiás destacam-se os teores de fenóis e de vitamina C, que se correlacionaram
com a capacidade antioxidante, além do conteúdo de carotenóides.
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