Restauração florestal através de semeadura direta de duas espécies nativas
Abstract
A restauração florestal no Bioma Mata Atlântica ainda é um grande
desafio. A semeadura direta de espécies nativas pode ser uma alternativa viável,
especialmente para pequenas propriedades rurais. O objetivo do trabalho foi avaliar o
potencial germinativo de duas espécies nativas do Rio Grande do Sul, Brasil (Schinus
terebinthifolius Raddi e Citharexylum solanaceum Chamisso) em condições de
laboratório, viveiro e campo através da semeadura direta. As análises de germinação em
viveiro e laboratório foram realizadas na Universidade Regional do Noroeste do Estado
do Rio Grande do Sul, Município de Ijuí/RS, Brasil, no período de setembro a outubro
de 2009. Para a espécie C. solanaceum foi realizado ainda um tratamento adicional com
sementes escarificadas mecanicamente. Já para a semeadura direta foram utilizadas 50
sementes em cada parcela, com seis tratamentos diferentes para cada espécie (T1
Testemunha sem sementes; T2 enterramento de sementes; T3 enterramento de
sementes com serapilheira; T4 enterramento de sementes com terra de mato; T5
enterramento de sementes com serapilheira e terra de mato); T6 - testemunha com terra
de mato e serrapilheira sem semente, avaliando-se germinação e sobrevivência inicial.
O plantio convencional através de mudas florestais teve dois tratamentos (T1 S.
terebinthifolius e T2 C. solanaceum). Em laboratório a germinação teve diferença
significativa para S. terebentifolius com 49,6% em relação a C. solanaceum que
apresentou 5,6% e 9,2% para as sementes normais e escarificadas, respectivamente. Já
em viveiro S. terebinthifolius apresentou (49,6%) de germinação e C. solanaceum (10%
e 43,2%) para as sementes normais e escarificadas, respectivamente. Para a semeadura
direta no campo no campo a espécie S. terebinthifolius mostrou uma diferença
significativa na porcentagem de sobrevivência inicial para o tratamento T5, aos 30 e 360
dias, respectivamente, comparado aos outros tratamentos. A espécie C. solanaceum não
germinou a campo. Para o crescimento inicial o tratamento também apresentou
resultados estatisticamente superiores aos demais, com 42 cm de altura aos 360 dias
após a semeadura. No plantio convencional S. terebinthifolius apresentou 84,33% de
sobrevivência e 88,46 cm de altura enquanto C. solanaceum chegou a 92% de
sobrevivência e 77,51 cm de altura após um ano. Os custos para a implantação e
manutenção dos diferentes tratamentos da semeadura direta, quando adicionados a
serrapilheira e a terra de mato, apresentaram valores superiores ao plantio convencional.