Produção de leite na região Oeste de Santa Catarina em sistema orgânico e convencional na Agricultura Familiar.

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Data
2011-05-02Autor
Honorato, Luciana Aparecida
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Os objetivos desse trabalho foram: I) caracterizar os produtores de leite orgânico da
região oeste de Santa Catarina, identificar suas motivações e sua avaliação
particular sobre o sistema de produção em comparação aos produtores
convencionais e, II) comparar indicadores de saúde e bem-estar animal (BEA) dos
rebanhos leiteiros, manejos e qualidade do leite nos dois sistemas. Foram
selecionadas 17 unidades leiteiras orgânicas ou em fase de conversão e 17
unidades convencionais similares, de agricultores familiares. Foram feitas duas
visitas à cada propriedade, em março e setembro de 2010, onde foram feitas
entrevistas abertas sobre o histórico e opiniões sobre a produção orgânica e, na
avaliação sobre a estruturação das unidades produtivas, foram discutidas as
diferenças entre os sistemas. As tecnologias e manejos adotados foram analisados
à luz da legislação vigente a fim de se estimar o aporte necessário para garantir a
permanência dessas famílias no sistema orgânico. A percepção dos produtores
sobre bem-estar animal foi analisada por intermédio de uma questão pontual dentro
das entrevistas. Também foram feitas observações do ambiente, manejo sanitário e
alimentar, exame clínico dos animais, avaliação do leite total e anotações sobre
doenças e tratamentos feitos nos animais dentro do período. Os resultados indicam
que a redução nos custos de produção e benefícios a saúde e ambiente são fatores
que motivam os produtores orgânicos, enquanto a falta de suporte técnico e logística
de mercado são apontadas como entraves importantes. Percebe-se também que os
produtores conhecem pouco sobre as recentes normativas, o que limita sua
adequação aos padrões. Os produtores orgânicos desenvolvem uma produção
menos intensiva do que os convencionais, onde a composição do rebanho e manejo
alimentar são as principais diferenças. Os sistemas mantêm níveis similares de
saúde animal, porém, o sistema orgânico enfrenta uma dificuldade maior em
controlar os ectoparasitas no verão. Foi encontrada uma incidência menor de
doenças nos animais no sistema orgânico e, consequentemente, um menor uso de
antibióticos sintéticos do que no convencional, o que é importante para o bem-estar
animal e segurança alimentar. Os níveis de bem-estar animal foram relacionados ao
sistema e correspondem de certa forma, com a percepção dos produtores sobre o
tema, portanto, melhorias poderiam ocorrer via mudança de atitudes dos produtores.