A literatura infantojuvenil e a filosofia com as crianças: o caso das personagens do Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato
Abstract
A tese aqui apresentada insere-se num campo amplo de discussão que vincula Literatura e Filosofia, possui um ponto de partida e de admissão de que Literatura é fruição, mas, pode, todavia, subsidiar o pensamento reflexivo-crítico ou o filosofar na infância. Tem como propósito apresentar a formação humana das crianças com base na literatura infantojuvenil e a filosofia, atrelando à pesquisa bibliográfica o estudo de caso da obra de Monteiro Lobato. Trata-se de uma interpretação das obras infantojuvenis de Monteiro Lobato, realçando aspectos filosóficos presentes em algumas personagens. Ao explorar a saga, são desvendadas interfaces e possibilidades de discussões e de conexões entre literatura infantil e filosofia por meio de diálogos com Jean-Jacques Rousseau, Paulo Freire e Nietzsche que constituem, junto com Monteiro Lobato e seus comentadores, o referencial bibliográfico da pesquisa. Destaca-se a figura da personagem Dona Benta, ao narrar circunstâncias e personagens filosóficos.
Outra instigante personagem da obra é Tia Nastácia, de personalidade dotada de uma sabedoria prática e popular, cuja presença assessora no cuidado com o bemestar das crianças. Ensinando as crenças religiosas e populares da nação brasileira, Tia Nastácia revela os aspectos genuínos de nossos cidadãos. Assim, evidencia-se que a literatura, através do seu potencial imagético transformador, pode funcionar como elemento motriz para a formação humana de infantes filosofantes.