Adesão à alimentação escolar em estudantes do 9º ano da rede municipal de ensino da cidade de Pelotas, RS
Abstract
Oferecer alimentação saudável a todos os alunos de escolas públicas é uma proposta
essencial, porém o Programa Nacional de Alimentação Escolar ainda não superou o
desafio de conquistar adesão efetiva. A adolescência, caracterizada por mudanças
intensas, tanto biológicas, quanto psicológicas, implica maior demanda nutricional
devido ao crescimento acelerado. Além disso, os adolescentes possuem maior
autonomia, portanto as escolhas alimentares podem ser influenciadas de forma
significativa e duradoura, tornando essa fase uma etapa crítica para o
desenvolvimento saudável. A escolha por uma alimentação inadequada pode afetar
negativamente a saúde e contribuir para o ganho excessivo de peso. Assim, o
presente estudo foi conduzido a fim de descrever a adesão à alimentação escolar e
possíveis fatores associados entre estudantes da zona urbana do município de
Pelotas, Rio Grande do Sul. Estudo transversal com todos os alunos matriculados no
nono ano, nos turnos matutino e vespertino, nas 25 escolas municipais de ensino
fundamental completo vinculadas ao Programa Saúde na Escola, localizadas na zona
urbana desse município. Para a caracterização da população do estudo e investigação
das variáveis de interesse foi utilizado um questionário padronizado e autoaplicado.
Também foram aferidas as medidas de peso e estatura, para a avaliação do estado
nutricional, em balança da marca Tanita com capacidade de 150 kg e precisão de 100
gramas e fita métrica fixada na parede com a escala invertida. O estado nutricional foi
avaliado de acordo com o indicador antropométrico índice de massa corporal para a
idade no software AnthroPlus. Os dados foram duplamente digitados no software
Epidata 3.1 e as análises estatísticas realizadas no Stata 13.0 utilizando os testes
estatísticos qui-quadrado, tendência linear ou exato de Fisher para as análises
bivariadas e regressão de Poisson com variância robusta nas análises brutas e
ajustadas com nível de significância de 5%. A prevalência de consumo da alimentação
escolar foi de 77,9% e a adesão efetiva (≥ 4 vezes/semana) de 38,1%, maior nos
escolares com outra cor, em relação aqueles com cor da pele branca e maior nos
estudantes com sobrepeso. Baixa prevalência de adesão efetiva à alimentação
escolar, assim como em estudos prévios realizados, o que mostra a necessidade de
trabalhar a educação nutricional e alimentar entre os estudantes com o intuito de
aumentar a conscientização sobre a importância da nutrição adequada, da
alimentação oferecida pela escola e incentivar escolhas saudáveis e, por
consequência, promover uma melhor adesão ao programa.