#Eleitas: Violência simbólica de gênero e resistência em publicações da página Quebrando o Tabu sobre a participação feminina na política
Fecha
2023-04-04Autor
Silveira, Graciele Urrutia Dias
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A presente investigação tem como objetivo discutir de que maneiras a violência simbólica (BOURDIEU, 1989; ZIZEK, 2014) de gênero se apresenta em comentários de três publicações da campanha Eleitas, divulgada pela página Quebrando o Tabu, no Facebook, assim como debater estratégias de resistência (FOUCAULT, 1988) utilizadas pelas mulheres nesse meio. Além disso, são abordadas as implicações da disseminação de discursos carregados de violência simbólica de gênero no ambiente das interações on-line, assim como a repercussão das estratégias de resistência criadas pelas mulheres nas conversações (BERTOLINI E BRAVO, 2004; RECUERO, 2014). Para esse fim, os dados coletados foram estudados com base na pesquisa da Análise do Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2012; 2016) e com o auxílio da Análise de Discurso Mediada por Computador, de Herring (2001; 2004). Ao final de tal etapa, foi possível compreender que a violência simbólica se manifestou por meio de depreciação das mulheres e dos ideais feministas, de culpabilização delas por não haver igualdade de gênero, de acusações sem base sólida com relação a gestoras, de humor sexista, de estereótipos, de exclusão e de desinformação. Diante de tais manifestações, foram observados modos de resistência, como enfrentamento direto em relação aos usuários que demonstraram atitudes de violência, elogios à administração de gestoras consideradas competentes, denúncias de injustiças com o gênero feminino, incentivo ao voto em mulheres, defesa de governantes amplamente criticadas, amparo a lutas feministas e enaltecimento de características consideradas femininas. Com relação ao impacto da violência e das resistências no ambiente interacional, os valores que emergiram com maior frequência foram visibilidade, popularidade e suporte social.