O patrimônio cultural edificado e sua preservação, novos usos para velhas formas: o caso da UFPel em Pelotas, RS
Fecha
2024-09-23Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A presente pesquisa versa sobre a preservação do patrimônio cultural e, em especial,
o patrimônio industrial, em relação à valorização, a partir dos novos usos. Nesse
sentido, aborda a problematização da reutilização, por parte de pessoas que precisam
se adaptar à preexistência, do patrimônio edificado e da importância da preservação
do que restou dessas edificações para se evitar o apagamento devido ao
descompasso ao longo do tempo em relação à sua origem. De um lado, refere-se à
importância de estudos sobre a preservação e a salvaguarda do patrimônio cultural
edificado que, apesar do seu importante significado material e social, muitas vezes é
negligenciado devido à falta de compreensão acerca do seu valor e de incentivos à
sua conservação. Por outro lado, observa-se a ocorrência de uma metamorfose
ocorrida nesse espaço e que levou esse patrimônio edificado a se tornar uma
universidade, por meio do uso do espaço como uma dimensão da experiência humana
dos lugares. O objetivo principal da pesquisa refere-se às mudanças ocorridas no
espaço ao longo do tempo, além de ampliar a reflexão e a discussão sobre o uso dos
espaços ociosos da cidade ao verificar as transformações realizadas nos prédios para
sua adaptação à função institucional. Para analisar esses processos contraditórios,
utilizou-se a dialética a partir da percepção fenomenológica da realidade,
caracterizada pela crítica relacional da análise do espaço e de seus elementos,
partindo dos conceitos de Santos (1996) acerca dos elementos do espaço: forma,
função, estrutura e processo, este trabalho estabelece uma relação com a dialética de
Lefebvre (2013) para entender o espaço social dentro da tríade das dimensões do
espaço concebido, percebido e vivido. Pela análise dialética das consequências
dessas metamorfoses, verificaram-se as transformações sociais causadas pelas
rupturas e permanências geradas pela reprodução dos espaços. Quanto ao método
de investigação, foi adotado um estudo de caso, qualitativo, com embasamento
teórico e documental. Como procedimento metodológico, realizaram-se entrevistas
através do método walkthrough com a comunidade da UFPel, servidores docentes,
técnico-administrativos, trabalhadores terceirizados, discentes e o público externo, de
cinco unidades da UFPel, para compreender de que maneira os novos usos se
relacionam com esse patrimônio e, avaliar sua proteção, e se o seu uso como
ambiente de ensino se adequa à finalidade, para entender a singularidade dos
espaços a partir da subjetividade dos usuários. Os resultados encontrados sugerem
soluções mais adequadas e inclusivas que atendam às necessidades e aos anseios
dos habitantes. No entanto, os desafios ao patrimônio cultural edificado em relação a
refuncionalização de áreas obsoletas deveria levar a uma revitalização da memória e
da sua história, mesmo que esses lugares estejam sendo utilizados para novas
funções em decorrência das necessidades que surgiram no transcorrer do tempo, ao
considerar o espaço como uma dimensão da experiência humana dos lugares, que
agora contam uma nova história. Portanto, é fundamental transmitir esse
conhecimento às futuras gerações, evitando que se percam histórias significativas e
o sentido para os cidadãos que compartilham do seu entorno.