Quadros de formaturas da Faculdade de Ciências Domésticas da Universidade Federal de Pelotas (1991): notas sobre as culturas femininas

Abstract

No Brasil, na década de 1960, a formação em Ciências Domésticas emergiu como um campo de estudo fundamental que abrangia diversas áreas do conhecimento, incluindo nutrição, economia do lar, gestão de recursos e desenvolvimento humano. Na maioria dos casos, esses cursos visam a preparação de profissionais capacitados para atuarem em contextos que envolvessem a administração residencial, a promoção da saúde e o bem-estar familiar, além de contribuírem para a formação de cidadãos críticos e conscientes de suas responsabilidades sociais. Em meio a um contexto de ampliação da educação superior no país, as Faculdades de Ciências Domésticas tomaram papel de relevância na formação acadêmica feminina, até então pouco assistida. Na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o curso de Ciências Domésticas foi instituído em um período de transformações sociais e educacionais que refletiam as mudanças nas expectativas e papeis das mulheres na sociedade. Desde sua criação, em 1960, até 1997, quando suas atividades foram encerradas, o curso contribuiu na formação de profissionais que não apenas atuariam em práticas da gestão do lar, mas também se tornariam agentes de mudança em suas comunidades. De modo geral, a UFPel, ao oferecer essa formação, possibilitou que mulheres se inserissem no mercado de trabalho desafiando estereótipos de gênero, promovendo a autonomia e o desenvolvimento de culturas femininas.