Literatura e dança: a escrita do corpo feminino na poética contemporânea de Adelaide Ivánova e Angélica Freitas
Abstract
Esta proposta tem como intuito investigar a escrita do corpo feminino na poesia
brasileira contemporânea em sua relação com a dança, buscando aproximar as
áreas de estudo. Logo, o corpus a ser investigado são as estratégias de escritas de
duas poetas, quais sejam: Adelaide Ivánova e Angélica Freitas nas suas respectivas
obras, O martelo (2017) e Canções de Atormentar (2020). O que ambas têm em
comum é a potência e a substância da palavra imprimida na presença, movimentos
e gestos de seus corpos, formando um importante recorte da lírica contemporânea.
Dessa maneira, a pesquisa se debruça nas distintas corporalidades presentes nas
narrativas dos poemas, além de buscar compreender possibilidades textuais
dos/nos corpos propriamente ditos, complexificando as categorias de entendimento.
Tais análises procuram evidenciar a hipótese de que ler e escrever poesia também
são formas de fazer dança e, ao realizar aproximações com a dança
contemporânea, focalizam nas estruturas homólogas entre poema e coreografia no
momento de análise. Posto isso, nomes da área da Dança, Pina Bausch (1975,
1979) e Marina Tampini (2012), corroboram a intersecção entre as áreas. Além
disso, pesquisadoras como Christine Greiner (2006), Helena Katz (2001) e Jussara
Setenta (2008) potencializam as análises a partir da teoria Corpomídia. Para tratar
aspectos filosóficos relacionados ao corpo, nomes como José Gil (2001), Gilles
Deleuze (2002) e Giorgio Agamben (2009) foram elencados.