Produção e aplicação de húmus líquido e seu efeito nas propriedades químicas do solo
Resumo
As minhocas e o húmus gerado por elas são amplamente utilizados pela
agricultura familiar de base ecológica, porém pouco se sabe acerca da utilização do
húmus no formato líquido como uma alternativa de adubação, incremento dos
cultivos e promoção da saúde do solo. O estudo teve como objetivo avaliar
parâmetros químicos e físicos do húmus de minhoca durante o processo de
produção de húmus líquido sob aeração e o efeito de sua aplicação nas
propriedades nutricionais do solo sob diferentes manejos de cobertura. O húmus de
origem animal foi produzido a partir de esterco bovino e o húmus vegetal da mistura
de pó de café esgotado com erva mate na proporção 2:1. O húmus líquido (HL) de
cada resíduo foi preparado a 12,5% (massa seca), sob aeração. As características
químicas do húmus líquido foram avaliadas com 0, 2, 4, 6, 22 e 24 horas de
aeração. Em casa de vegetação, foi montado um experimento com três tratamentos
(HB – húmus líquido bovino, HV - húmus líquido vegetal e C – controle), com e sem
cobertura de palhada no solo, sendo a aplicação realizada quatro vezes em
intervalos de 30 dias. Os valores de pH para HB tenderam a neutro, já para HV
diminuíram. CE aumentou para HB e HV e tanto ph quanto CE estabilizaram-se
após 6 horas de aeração, enquanto o NH4+ aumentou continuadamente, NO3-
diminuiu e NEI ficou estável. No solo o húmus líquido não alterou os níveis de
nitrogênio disponível. O pH do solo teve leve tendência de neutralidade em todos os
tratamentos, já CE diminuiu para HV e C e para HB duplicou o valor inicial. A
presença de palhada nos tratamentos influenciou positivamente na tendência de
estabilização dos valores de NO3- ao final do experimento e no desenvolvimento da
biomassa vegetal de plantas espontâneas nos vasos, assim como os tratamentos
HB e HV, indicando que outros fatores não nutricionais podem estar envolvidos na
germinação e estabelecimento das plântulas. Com base nos resultados obtidos,
pode-se afirmar que há diferença entre os resíduos e que o maior incremento nas
propriedades avaliadas ocorre até as 6 horas de aeração. Por sua vez, o volume e
frequência de aplicação do húmus líquido não afetou a concentração do nitrogênio
no solo, embora tenha contribuído para maior formação de biomassa espontânea.
Novos estudos devem ser conduzidos para avaliar a forma de aplicação do húmus
líquido e suas propriedades não nutricionais.
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