Sistemas de cultivo sem solo para a cultura do tomateiro sob uma perspectiva de baixo impacto ambiental
Resumen
O cultivo do tomateiro em sistemas de cultivo sem solo com recirculação da
solução nutritiva drenada pode ser uma alternativa viável para a obtenção de alto
rendimento e qualidade de frutos, além de otimizar os recursos produtivos, com
reduzido impacto ambiental. Neste sentido, existe a necessidade de se estudar o
sistema fechado de cultivo em substrato e o cultivo hidropônico. Paralelamente, é
necessária a escolha de cultivares que respondam positivamente às tecnologias
propostas. Dentro deste contexto, dois experimentos foram conduzidos em estufa
plástica, localizada no Campus da Universidade Federal de Pelotas, no município de
Capão do Leão/RS no ano agrícola 2014/15. O experimento 1 teve como objetivo
avaliar os efeitos da adição de composto orgânico (CO) à casca de arroz in natura
(CAIN) sobre as características físicas e químicas do substrato [através da
comparação entre a CAIN (100%) e a mistura de CAIN (80%) + CO (20%)] e o
crescimento e o comportamento produtivo de quatro cultivares híbridas de tomateiro
salada [Ivety, Sophia-F3, Sheila Victoria e Lumi (Sakata® Seed)]. O experimento 2
objetivou determinar a soma térmica e quantificar o consumo hídrico, determinar a
eficiência no uso da água (EUA), bem como os componentes do rendimento e a
qualidade de dois híbridos de plantas de minitomate [Wanda e Dolcetto (Isla®)] em
cultivo hidropônico NFT. Em relação aos resultados obtidos no experimento 1, para
todas as variáveis analisadas, não houve interação significativa entre substrato e
cultivar. A adição de CO melhorou as características físicas e químicas do substrato,
porém, não afetou as principais características de crescimento e produtivas da cultura.
As quatro cultivares apresentaram crescimento e produção de frutos semelhantes,
porém Sheila Victoria se destacou pela maior concentração de sólidos solúveis totais.
As produções obtidas são consideradas elevadas, variando entre 6,3kg.planta-1, para
as cultivares Sophya e Sheila Victoria, passando por 6,5kg.planta-1, para a cultivar
Lumi, até 7,6kg.planta-1 obtidos com a cultivar Ivety. Os resultados indicam ser
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desnecessária a adição de CO à CAIN e que as quatro cultivares se adaptam de forma
semelhante ao sistema proposto. Em relação aos resultados obtidos no experimento
2, observou-se que a cultivar Wanda é mais precoce do que a cultivar Dolcetto. O
período em que ocorre maior acúmulo de graus dia, para ambas as cultivares, é na
fase fenológica IV (colheita). A cultivar Dolcetto apresenta menor consumo hídrico
total. A demanda máxima diária de água é de 1,53 e 2,12 litros planta-1 dia-1, e a
demanda total foi de 190,6 e 261,7 litros planta-1, respectivamente para ‘Dolcetto’ e
‘Wanda’. As cultivares apresentam similaridade em relação à eficiência no uso da
água. Para a produção de um kg de massa fresca de frutos, foram necessários 50,5
e 48,3 litros de água, respectivamente, para ‘Wanda’ e ‘Dolcetto’. A cultivar Wanda é
mais produtiva (15,34 kg m-2, frente a 12,14 kg m-2 obtidos com ‘Dolcetto’) e apresenta
frutos de maior tamanho. Entretanto, Dolcetto produz um maior número de frutos, com
maior concentração de sólidos solúveis e com descarte inferior. Considerando as
características avaliadas, pode-se inferir que a cultivar Dolcetto é mais adequada para
o cultivo do plantas de minitomate em sistema hidropônico.
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