Minitomateiros grape e cereja em hidroponia: densidade de plantio e raleio de flores para diferentes ciclos de cultivo
Resumen
O tomateiro é cultivado em praticamente todas as regiões brasileiras. Dentre os
diversos tipos de tomates existentes, o minitomate vem se destacando, devido às
suas características produtivas, pois além de ser bastante atrativo e saboroso,
possui alto valor agregado estimulando os produtores a investirem no cultivo dessa
hortaliça. O cultivo de minitomate vem sendo realizado, principalmente, em ambiente
protegido, como uma forma de minimizar as perdas em produção e qualidade de
frutos, além de proporcionar a produção antecipada ou fora de safra e assim
proporcionar maior retorno ao produtor do que o obtido com o cultivo convencional a
céu aberto. Assim, os objetivos do trabalho foram: avaliar o efeito da variação da
densidade de plantio e do raleio de inflorescências sobre a produção e partição de
massa seca da planta e as características produtivas de minitomateiros dos tipos
cereja e grape em duas épocas de cultivo, em sistema hidropônico; e estudar os
componentes de rendimento, e as características físico-químicas relacionadas à
qualidade organoléptica de duas cultivares de minitomates, observando a influência
da adoção de uma alta densidade de plantio em dois ciclos de cultivo em sistema
hidropônico. Para isso, dois experimentos foram realizados em condições de estufa
plástica, no Campus da Universidade Federal de Pelotas, RS. A semeadura foi
efetuada no dia 24 de novembro de 2012 para o ciclo de verão-outono (2012/2013),
e para o cultivo de primavera-inverno (2013/2014) foi realizada em 26 de agosto de
2013. O ciclo da cultura foi de 183 dias no cultivo de verão-outono e 298 dias no
cultivo de primavera-inverno, contados a partir do transplante. As plantas foram
tutoradas por fita de ráfia presa na linha de arame disposta 3,0 m acima da linha de
cultivo e sustentada pela estrutura da estufa. A condução foi com haste única,
fazendo-se a desbrota das hastes laterais periodicamente. Objetivando-se prolongar
o período de colheita, quando as plantas atingiram a altura do arame, a base dos
caules foi sistematicamente desfolhada e rebaixada, seguindo a condução do tipo
“carrossel holandês”. As plantas foram avaliadas em cinco densidades de plantio:
2,6; 2,9; 3,4; 3,9; e 4,7 plantas m-2
no experimento de verão-outono; para o
experimento de primavera-inverno as densidades estudadas foram 2,9; 3,9; 4,7; 5,9
e 7,8 plantas m-2
. Após a emissão das inflorescências, foi feito o raleio das mesmas
nas subparcelas determinadas, deixando-se 20 flores por racemo. O crescimento foi
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quantificado por meio da determinação da biomassa aérea (massa fresca e seca)
das plantas durante o ciclo produtivo e a acumulada ao final de cada experimento,
sendo incluídos os frutos colhidos durante o processo produtivo, bem como as folhas
provenientes de desfolhas antecipadas e as frações de desbrota. Para as avaliações
das características físico-químicas, adicionalmente, aos experimentos foram
escolhidas duas densidades de plantio: 3,4; e 4,7 plantas m-2
no experimento de
verão-outono; e 2,9; e 7,8 plantas m-2
no experimento de primavera-inverno. Foram
realizadas avaliações físico-químicas dos frutos, como o teor de sólidos solúveis
(ºBrix), acidez titulável, relação ºBrix/acidez (‘ratio’), açúcares redutores, ácido
ascórbico, pH, compostos fenólicos, luminosidade (l*), vermelho (+a*), amarelo (+b*),
Hue, licopeno, β-caroteno, ácido clorogênico, e a atividade antioxidante. Em relação
ao aumento da densidade de plantio observou-se que houve uma redução no
crescimento de todos os órgãos, no tamanho de frutos e na produção de frutos por
planta, sem afetar a proporção de massa seca alocada nos frutos. Porém, aumenta
linearmente o número de frutos colhidos e a produtividade por unidade de área. Já, o
raleio de flores não afeta o crescimento dos frutos e a partição de massa seca para
estes órgãos em ambas as cultivares e ciclos. Porém, em ciclo longo, de primaverainverno,
aumenta o tamanho e a produção dos frutos; e em ciclo curto, de verãooutono,
não afeta as características produtivas de ambas as cultivares. Recomendase
a adoção da densidade de plantio de 2,9 plantas m-2
para ambas as cultivares em
ciclo mais curto, de verão-outono; e as densidades de 2,9 e de 3,9 plantas m-2
,
respectivamente, para ‘Cereja Coco’ e ‘Grape Dolcetto’ em ciclo longo de primaverainverno.
A prática do raleio, do ponto de vista fitotécnico, é recomendável para
ambas as cultivares em ciclo de primavera-inverno. Em relação às características
físicas e químicas relacionadas à qualidade organoléptica de frutos de minitomates
com adoção de uma maior densidade de plantio, indicam que os componentes do
rendimento são, de forma geral, semelhantes para os diferentes ciclos estudados e
dependem, principalmente, do híbrido avaliado. O aumento da densidade de plantio
reduz o tamanho dos frutos e aumenta o número e a produtividade de frutos por
unidade de área em ambos os híbridos. O híbrido ‘Grape Dolcetto’ apresenta-se,
com melhor qualidade, e é mais afetado pela adoção de uma maior densidade de
plantio do que o híbrido ‘Cereja Coco’. O emprego de uma alta densidade de plantio
não afeta as características de coloração dos frutos das duas cultivares.
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