Análise de patulina e fungicidas em maçãs e sua degradação por campo elétrico contínuo
Abstract
A maçã é a segunda fruta mais consumida no mundo e apresenta um importante papel nutricional e econômico. Seu cultivo é suscetível ao ataque de fungos dentre os quais há espécies capazes de sintetizar micotoxinas, como a patulina. Uma alternativa para minimizar a contaminação por micotoxinas é o controle dos fungos utilizando fungicidas, que por sua vez também podem apresentar toxicidade para o ser humano. O presente estudo teve como objetivo utilizar métodos cromatográficos acoplados a espectrometria de massas para detectar e quantificar os fungicidas: captan, carbendazim, clorotalonil, epoxiconazol, piraclostrobina, tebuconazol, tetraconazol e trifloxistrobina e a micotoxina patulina em maçãs, e avaliar o potencial da aplicação de um campo elétrico contínuo de baixa intensidade em diferentes condições de pH e potencial na degradação da patulina e do fungicida piraclostrobina. A patulina e os fungicidas foram extraídos da maçã utilizando o método QuEChERS, e avaliados por GC-MS e HPLC-MS respectivamente. O método de análise da patulina por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (GC-MS) apresentou recuperação variando de 91,8% a 114,8% e limites de detecção e quantificação de 0,61 ηg mL-1e 3,57 ηg mL-1, respectivamente. Os fungicidas: carbendazim, epoxiconazol, piraclostrobina, tebuconazol, tetraconazol, e trifloxistrobina, foram analisados por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a espectrometria de massas (HPLC-MS-ESI-QToF-MS). O método apresentou recuperação variando de 94,5% a 100,4% e limites de detecção e quantificação que variaram entre 0,07 ηg mL-1 e 1,60 ηg mL-1 e 0,21 ηg mL-1 e 4,85 ηg mL-1, respectivamente. Os desvios padrão relativos para todos os métodos foram inferiores a 5% e os coeficientes de determinação das curvas analíticas superiores a 0,99%. Dentre as maçãs e os produtos de maçã comercializados no município de
Pelotas – RS analisados, 77% apresentaram resíduo de fungicidas em quantidades inferiores aos limites residuais máximos estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e 10% apresentaram presença de fungicida não autorizado para a cultura. A aplicação de campos elétricos contínuos demonstrou potencial para a degradação de patulina e de resíduos de piraclostrobina, apresentando um percentual de degradação de até 76% para a patulina, e de até 64% para a piraclostrobina. O modelo matemático estabelecido para o processo de degradação da patulina apresentou um coeficiente de determinação de 82% e pela análise de superfície de resposta foi possível observar que no potencial ótimo (2,6 V), é possível obter uma degradação maximizada em todas as condições de pH avaliadas.