Os papéis do Inglês e Nove Noites: o dilema da representação do outro e de si
Abstract
Este trabalho analisa as narrativas Os Papéis do Inglês (2007), de Ruy Duarte de Carvalho, e Nove Noites (2006), de Bernardo Carvalho. Nesses romances, os narradores buscam por informações sobre os misteriosos suicídios dos antropólogos Archibald Perkings e Buell Quain, respectivamente. Como etnógrafos, os narradores procuram por pessoas, relatos e arquivos que os levem até a verdade. As narrativas em questão possuem elementos que são verificáveis na realidade, narradores que contam seu processo de produção e que apresentam pontos em comum com a vida dos autores. Verifica-se nestes romances o uso da primeira pessoa, a tentativa de representação do outro que é culturalmente diferente e também um olhar sobre si mesmo, num jogo que mescla realidade e a ficção. Essas características induzem à análise dos romances levando em consideração a relação entre literatura e antropologia, pois refletem duas tendências da narrativa contemporânea: o retorno do autor e a virada etnográfica. Este trabalho tem como objetivo pensar a relação dos narradores e dos autores com a escrita do outro e de si mesmos, bem como as impressões e experiências geradas a partir da convivência com o outro.
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