Restrição alimentar durante a gestação em camundongos, efeitos sobre o metabolismo e envelhecimento ovariano na prole
Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da restrição alimentar durante a gestação em camundongos sobre o metabolismo e preservação dos folículos primordiais e envelhecimento ovariano na prole. Foram utilizados 14 camundongos fêmeas e 7 camundongos machos da linhagem C57BL/6. Os
animais acasalaram na proporção de um macho para duas fêmeas no mesmo período em gaiolas separadas. Dez dias após a confirmação da cópula as fêmeas foram divididas em grupo controle (n=7) e grupo restrição alimentar (RA) (n=7), que recebeu uma dieta composta por 50% do que foi consumido pelo grupo controle no dia anterior. As prenhas foram submetidas a esta dieta restrita
durante 10 dias. Após o parto e o desmame (21 dias de idade), a prole foi separada de acordo com o grupo inicial e receberam dieta al libitum até os 3 meses de idade, onde foi realizado o teste de tolerância à insulina (ITT). O peso dos camundongos foi avaliado a cada 7 dias, desde o desmame até a eutanásia, quando os ovários e tecido adiposo foram coletados. O ganho de peso das fêmeas foi aumentado no grupo RA após o desmame (p<0.0001). Este resultado indica que o período em que o feto está se desenvolvendo no útero é crucial para definir a regulação das vias de sinalização que controlam o metabolismo e crescimento durante a idade adulta. Não foi verificada diferença no ITT
comparado entre os grupos (p=0.85). Observamos menos folículos primordiais (2740 ± 231 vs 1064 ± 128), em transição (2914 ± 2010 vs 1024±131) (p<0.0001) e totais (p<0.0001) em prole de camundongos submetidos a RA durante a gestação do que nos camundongos controle, respectivamente. Folículos primários, secundários e terciários não diferiram entre os grupos (p>0.05). Com relação ao peso do tecido adiposo também não foi observado diferença entre os grupos (p=0.26). O grupo RA apresentou menor dano no DNA em oócito de folículos primordiais (p= 0.0002), células da granulosa destes (p=0.0003) e oócito primários (p<0.0001). A infiltração de macrófagos não diferiu entre grupos (p= 0.22). Portanto, a RA durante a gestação afetou negativamente ganho de peso e o tamanho da reserva ovariana da prole em camundongos.
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