A escrita e a leitura de professoras em contexto de formação profissional e a reflexividade pedagógica.
Resumo
A presente Tese tem como objetivo compreender como os movimentos de leitura e
de escrita ampliam a reflexividade pedagógica, incidindo no desenvolvimento da
profissionalidade docente. A investigação envolve aspectos relacionados à leitura e
à escrita em geral e, especificamente, de cadernetas de metacognição. O contexto
da pesquisa foi a formação continuada do Pacto Nacional pela Alfabetização na
Idade Certa (PNAIC), no Estado do Rio Grande do Sul, e os sujeitos da pesquisa
foram as professoras orientadoras de estudos. A pesquisa foi conduzida por meio
dos seguintes procedimentos metodológicos: (I) observações e filmagens de
momentos de leitura de cadernetas de metacognição, durante as formações do
PNAIC; (II) aplicação de questionários; e (III) análise de cadernetas de
metacognição. A compreensão do contexto de formação profissional e a análise de
dados basearam-se em princípios da hermenêutica filosófica gadameriana, na qual
são valorizados os sentidos do texto e do intérprete, em vista da “fusão de
horizontes”, abrangendo também os aportes conceituais, que são os de reflexividade
pedagógica (Donald Schön, Kenneth Zeichner e José Carlos Libâneo), autonomia
docente (José Contreras e José Gimeno Sacristán) e abertura ao diálogo (Hans-
Georg Gadamer). A Tese sustenta que os movimentos de escrita e de leitura são
constituintes da reflexividade pedagógica, enquanto movimentos de interrupção e,
desta forma, colaboram no desenvolvimento profissional das professoras. Essa Tese
resulta como síntese das seguintes posições: (I) o conhecimento de si é construído a
partir de vários movimentos: escrita, leitura partilhada, leitura de si, relações
construídas e aprendizagens realizadas; (II) a escrita de si e a leitura de si
possibilitam a vivência da reflexividade em suas dimensões individual e coletiva,
especialmente quando as professoras interagem após a leitura das cadernetas de
metacognição; e (III) a ausência ou a restrição da autonomia, no campo das ideias,
dificulta a vivência da reflexividade, tanto na dimensão individual, quanto na
dimensão coletiva, da mesma forma que a ausência da capacidade para o diálogo
restringe o conhecimento de si e o conhecimento do outro.
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