Toxicidade letal e subletal de pesticidas utilizados na fruticultura sobre o parasitoide da mosca-do-mediterrâneo Diachasmimorpha longicaudata (Hymenoptera: Braconidae)
Resumo
O parasitoide de larvas Diachasmimorpha longicaudata (Ashmead, 1905)
(Hymenoptera: Braconidae) é um dos principais agentes de controle biológico de
Anastrepha fraterculus (Wiedemann, 1830) (Diptera: Tephritidae) e Ceratitis capitata
(Wiedemann, 1824) (Diptera: Tephritidae) no Brasil. No entanto, a aplicação de
agrotóxicos para manejo de doenças e insetos-praga em espécies frutíferas pode
exercer efeitos secundários aos parasitoide. Esse estudo teve como objetivo avaliar
os efeitos letais e subletais via contato residual de formulações comerciais de
agrotóxicos utilizados na fruticultura sobre o parasitoide D. longicaudata. Os
ingredientes ativos tiametoxam, indoxacarbe, clorpirifós, deltametrina, espinetoram,
espinosade, fosmete, lambda-cialotrina, malationa, dimetoato e metidationa aplicados
em concentrações utilizadas nos pomares demonstraram alta toxicidade para adultos
de D. longicaudata (=100% de mortalidade) após 96h de exposição, sendo
classificados como nocivos (Classe 4). O ingrediente ativo acetamiprido foi
moderadamente nocivo (Classe 3). Em contraste, as formulações azadiractina A/B
(Agroneem 850 EC), clorantraniliprole, azadiratina (Azact 2,4 EC), azadiractina
(Azamax 12 EC), bordalesa, azadiractina A/B (Fitoneem 850 EC), enxofre, lufenuron,
sulfocálcica, novalurom e mancozeb foram classificados como inócuo (< 10% de
mortalidade). Além disso, as formulações azadiractina (Azamax 12 EC), bordalesa,
azadiractina A/B (Fitoneem 850 EC), sulfocálcica, mancozeb não reduziram o
parasitismo e a taxa de emergência da geração F0. Os mesmos agrotóxicos somados
a clorantraniliprole, azadiractina A/B (Agroneem 850 EC) e lufenuron não causaram
redução no parasitismo e na taxa de emergência da geração F1 de D. longicaudata.
Formulações dos ingredientes ativos clorantraniliprole, azadiractina A/B (Agroneem
850 EC), azadiractina (Azamax 12 EC), bordalesa, azadiractina A/B (Fitoneem 850
EC), lufenuron, sulfocálcica e mancozeb são adequadas para o manejo de doenças e
pragas em espécies frutíferas em associação com D. longicaudata e devem ser
avaliadas em experimentos semi-campo e campo para confirmar o efeito observado
nos experimentos de laboratório
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