Disponibilidade de frio para o cultivo de espécies frutíferas na metade sul do Rio Grande do Sul
Resumen
A produção de frutíferas de clima temperado apresenta um papel importante no
Brasil, e o Rio Grande do Sul tem se destacado na produção de algumas dessas
frutas como por exemplo uva, ameixa, maçã, pêssego, figo, caqui, kiwi, entre outras.
E com isso surge a necessidade de avaliar as condições climáticas regionais para o
melhor planejamento e introdução de novas cultivares na metade Sul do Rio Grande
do Sul. Com isso este trabalho vem com a proposta de quantificar a disponibilidade
de horas de frio abaixo de 7,2°C para a metade sul do Rio Grande do Sul, bem como
estimar o acúmulo de horas de frio e unidades de frio a partir de metodologia que
permita o uso de dados de estações meteorológicas e estabelecer a probabilidade
de ocorrência destas Horas de Frio e ao final determinar a variação anual de horas
de frio e suas possíveis relações com o fenômeno El Niño Oscilação Sul (ENOS).
Para isso foram utilizados dados históricos de 1980 a 2019 dos meses de maio a
agosto. Para determinação do Número de Horas de Frio (NHF) utilizou-se da
contagem direta em termogramas para Pelotas, e o NHF foi estimado para as
localidades de Pelotas, Bagé, Uruguaiana, Santa Vitória do Palmar, Santana do
Livramento e Encruzilhada do Sul a partir da metodologia proposta por Angelocci et
al. (1979). Foi empregada a probabilidade para verificar a ocorrência de frio ao longo
dos anos. Além do NHF, foram estimadas as Unidades de Frio a partir dos métodos
de Utah, Carolina do Norte e Utah e Carolina do Norte Modificados. E para verificar
a relação do fenômeno ENOS com o NHF, os anos foram classificados em La Niña,
El Niño e Neutro de acordo com a ocorrência do fenômeno nos meses mais frios do
ano. A partir disso pôde-se concluir que o modelo proposto por Angelocci et al.
(1979) é eficaz para estimar o Número de Horas de Frio e pode ser usado com
segurança para essa finalidade. A disponibilidade média de horas de frio para os
seis municípios da região Sul estudados são de 375,7, 273,4, 323, 429, 198,7, e
261,9 para Bagé, Uruguaiana, Santa Vitória do Palmar, Santana do Livramento,
Encruzilhada do Sul e Pelotas respectivamente, apresentando grande variabilidade
anual. A Região Sul do Rio Grande do Sul, não apresenta disponibilidade de horas
de frio suficiente para realizar o cultivo de espécies criófilas que tenham alta
necessidade em horas de frio, contudo, utilizando-se variedades e cultivares menos
exigentes há possibilidade de cultivo. O emprego das unidades de frio não
apresentou resultados satisfatórios para a região, sendo o modelo de estimativa de
horas de frio proposto por Angelocci et al. (1979) a melhor opção. Em relação ao
fenômeno ENOS pôde-se constatar que em anos de El Niño é verificado um número
menor de horas de frio e em anos de La Niña há uma diminuição das temperaturas
durante o outono e inverno e consequentemente há um maior acúmulo de horas de
frio.
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