As representações do crack de estudantes do ensino fundamental no município de Rio Grande-RS
Abstract
presente pesquisa teve como objetivo investigar as representações sobre o crack de
crianças e jovens estudantes do Ensino Fundamental no município de Rio Grande, RS.
As atividades de pesquisa de campo se realizaram em duas etapas distintas, sendo: I) A
aplicação de um questionário junto a uma turma da 5ª série de escola pública; b) A
montagem de um grupo de Oficinas de Teatro, composto por estudantes de diferentes
escolas públicas, utilizando registro audiovisual de esquetes teatrais criadas. Os
questionários e as esquetes teatrais foram analisados a luz da Teoria das
Representações Sociais e das contribuições da de Henri Lefèbvre. Como resultados e
discussões da pesquisa, nas representações encontradas em relação ao crack, foi
possível perceber objetivações, as quais, indicam que os processo de subjetivação
midiáticas estão, atuando de forma hegemônica instituindo o paradigma da guerra contra
as drogas, o qual, ancora imagens do e em torno do crack, relacionando-as com imagens
de violência e de estereótipos sociais. Nesse sentido, a presente pesquisa descobriu que
os usuários são representados pelas crianças e jovens como drogados, ao mesmo
tempo, clientes dos vendedores de drogas. Contudo, sem serem criminalizados, mas,
representados, ora como sujeitos passíveis de intervenção social e clínica, ora, passíveis
de degeneração social e de violência. Como principal achado, destaca-se que a imagem
do dinheiro foi percebida, como estando ancorada junto ao núcleo gerador das
representações, promovendo conflitos éticos e morais, em relação ao crack no cotidiano,
junto ao imaginário e as atitudes representadas pelos estudantes