Avaliação energética de dois sistemas de produção de milho
Resumo
O consumo de energia num sistema de produção é um dos aspectos mais
preocupantes na atividade agrícola. Nesse sentido, o cálculo do balanço energético
se constitui numa das mais importantes ferramentas quando se quer avaliar a
sustentabilidade de agroecossistemas. O presente trabalho teve como objetivo
avaliar o consumo e a produção de energia em dois sistemas de produção de milho,
um de base ecológica e outro convencional, desenvolvidos em duas propriedades
agrícolas, ambas localizadas no município de Pelotas/RS. Questionários modificados
de Marchioro (1985), foram aplicados aos agricultores, com a finalidade de
caracterizar as unidades de produção, a composição das famílias, as horas
dedicadas à cada operação e práticas de manejo e tipos e quantidade de insumos
utilizados. Com embasamento na literatura científica existente, foram identificados os
equivalentes energéticos que se fazem presentes nas etapas dos processos de
produção, os quais permitiram mensurar o consumo (input) de energia (atividade
humana/animal, agroquímicos, combustível...) e a energia produzida (output) pela
biomassa oriunda dos respectivos sistemas, a qual foi obtida através da colheita de
uma amostra da população de plantas de milho escolhidas ao acaso, que após
passarem por processos de secagem e pesagem em laboratório forneceram dados
representativos da produção total de biomassa nas áreas cultivadas, dados esses
que foram por fim convertidos em equivalentes energéticos de produção. As
entradas e saídas de energia em ambos os sistemas foram relacionadas e
originaram seus respectivos balanços energéticos. O consumo de energia total em 1
(um) hectare do sistema de produção de base ecológica (1,38 MJ) é menor que em
1 (um) hectare do convencional (5.789,10 MJ) e a produção de energia na mesma
área mostrou-se maior no sistema de produção de base ecológica (321.225,30 MJ)
que no convencional (169.055,02 MJ). Confirmou-se que o balanço energético no
sistema de produção de base ecológica (232,93) é mais eficiente se comparado ao
convencional (29,20).